Repository logo
 
Publication

Natureza e vontades: divagações sobre Geografia e História

dc.contributor.authorMagalhães, Joaquim Romero
dc.date.accessioned2022-09-27T16:47:34Z
dc.date.available2022-09-27T16:47:34Z
dc.date.issued2021
dc.description.abstractA natureza põe e o homem dispõe? Ou a natureza dispõe e o homem põe? “A sociedade é o sujeito e a natureza o objeto”, escreveu o geógrafo pernambucano Manuel Correia de Andrade. Um outro autor, Claude Raffestin prefere dizer que “geografia é uma produção social marcada pelo selo da historicidade.” Mas em certas situações não é de descartar que ocorra o contrário. Dê-se as voltas que se der, há uma íntima relação entre os dois fatores: o natural (que as vontades humanas não podem determinar ou contrariar) e o das vontades humanas (a que a natureza afinal não se consegue impor de todo). Relação que se subsume numa dialética sem termos definidos. E menos determinismos, fatalismos ou sequer possibilismos. Relações a serem averiguadas empiricamente pelos acontecimentos e reações que a eles se seguiram. Reações coletivas, embora por vezes encabeçadas por um governante com os poderes de impor ou de escolher uma solução. Em 1 de novembro de 1755 um sismo violento seguido de incêndio destruiu grande parte de Lisboa: pouco tempo passado e no mesmo sítio ergueu-se uma nova cidade; em 1960, uma ridente povoação da costa marroquina, Agadir, – não comparável a Lisboa na sua dimensão nem ocupação populacional – foi engolida por um sismo: Mohammed V, rei de Marrocos (Allauita descendente do Profeta), de imediato declarou: “se o destino decidiu a destruição de Agadir, a sua reconstrução depende da nossa fé e vontade.” E logo em seguida no mesmo sítio se ergueu uma nova cidade, bem simpática e agradável. Nem em Lisboa, nem em Agadir, foram estes os primeiros sismos violentos que as destruíram. Nem por isso deixaram de se refazer. E que dizer de São Francisco da Califórnia arruinada mais que uma vez (com destaque para o grande terramoto de 1906, como o de Lisboa seguido de incêndio) e de outras cidades e povoações que em Itália, na Turquia, no Japão, no Chile ou na Indonésia a natureza implacável tem destruído? E que não se esqueça o sismo que arruinou Angra do Heroísmo e outras localidades açorianas no alvor de 1980. A que se seguiu notável reconstrução.pt_PT
dc.description.versioninfo:eu-repo/semantics/publishedVersionpt_PT
dc.identifier.issn1645-8052
dc.identifier.urihttp://hdl.handle.net/10400.1/18311
dc.language.isoporpt_PT
dc.peerreviewedyespt_PT
dc.publisherUniversidade do Algarve - FCHSpt_PT
dc.rights.urihttp://creativecommons.org/licenses/by/4.0/pt_PT
dc.titleNatureza e vontades: divagações sobre Geografia e Históriapt_PT
dc.typejournal article
dspace.entity.typePublication
oaire.citation.endPage22pt_PT
oaire.citation.issue13pt_PT
oaire.citation.startPage09pt_PT
oaire.citation.titlePromontoria, Revista de História, Arqueologia e Património da Universidade do Algarvept_PT
rcaap.rightsopenAccesspt_PT
rcaap.typearticlept_PT

Files

Original bundle
Now showing 1 - 1 of 1
Loading...
Thumbnail Image
Name:
Promontoria_Homenagem.pdf
Size:
178.92 KB
Format:
Adobe Portable Document Format
License bundle
Now showing 1 - 1 of 1
No Thumbnail Available
Name:
license.txt
Size:
3.46 KB
Format:
Item-specific license agreed upon to submission
Description:

Collections