Pacientes diabéticos: como identificam os seus medicamentos?

Espírito Santo, Margarida; Nascimento, Tânia; Newman, Jeff

http://hdl.handle.net/10400.1/12301

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Authors

Espírito Santo, Margarida

Nascimento, Tânia

Newman, Jeff

Abstract(s)

A adesão à medicação, nas doenças crónicas, tem uma média estimada de 50% nos países desenvolvidos, sendo ainda menor em países em desenvolvimento, verificando-se uma diminuição na taxa de adesão ao longo do período de uso de medicação. O uso responsável do medicamento inclui o seu uso adequado, logo, a falta ou insuficiente conhecimento dos medicamentos utilizados pode contribuir para uma diminuição da efetividade dos tratamentos farmacológicos e conduzir a resultados clínicos negativos. Objetivo principal: caraterização do conhecimento dos pacientes diabéticos na identificação de medicamentos, respetivamente, o nome do medicamento, a dosagem, e a indicação terapêutica. Material e Métodos: estudo transversal num centro especializado na área de diabetes. Critérios de inclusão: idade ≥ 18 anos, diagnóstico de diabetes mellitus, a utilizar pelo menos um medicamento. Apenas os pacientes que aceitaram participar neste estudo e que deram o seu consentimento por escrito antes do início da recolha de dados foram incluídos. A recolha de dados foi realizada por meio de entrevista estruturada, realizada de forma sistemática através do preenchimento de um questionário. Foram incluídos neste estudo cento e sete (107) pacientes. Conclusão: Os resultados obtidos indicam que os pacientes têm algumas falhas na capacidade de identificação básica dos medicamentos utilizados. Os pacientes não sabiam indicar o nome dos medicamentos que utilizavam em 50% destes, mas conseguiam ler o nome da maioria (96,5%). Relativamente à dosagem, apenas em cerca de 25% dos medicamentos os pacientes conseguiram indicar o respetivo valor. Na maioria dos medicamentos (67,7%), os pacientes foram capazes de indicar a respetiva indicação terapêutica, em 16,8% dos medicamentos os pacientes não sabiam qual a respetiva indicação terapêutica, em 9,2% dos medicamentos a informação sobre indicação terapêutica foi incompleta, e em 6,3% dos medicamentos a indicação terapêutica indicada estava incorreta. No futuro, será desejável realizar uma análise mais extensa que inclua outras variáveis relacionadas com o conhecimento dos pacientes sobre medicamentos, incluindo modo de utilização, possíveis efeitos secundários e as condições de armazenamento, a fim de se conseguir estabelecer um plano de ação que permita dotar os pacientes com mais e melhores competências, contribuindo para o uso responsável do medicamento e para uma melhoria dos resultados clínicos.