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Do «não racismo» português aos dois racismos dos portugueses

dc.contributor.authorMarques, João Filipe
dc.date.accessioned2012-11-29T15:22:48Z
dc.date.available2012-11-29T15:22:48Z
dc.date.issued2007-11
dc.description.abstractPortugal - independentemente daquilo que pensam os portugueses - não constitui uma excepção no que diz respeito às atitudes e comportamentos racistas que se verificam noutros países da Europa. Há um conjunto de questões em torno deste problema que merecem ser formuladas: a que "lógicas" obedece o racismo na sociedade portuguesa? Quais são as suas fontes actuais e históricas? Quais são as transformações sociais que favorecem a emergência deste tipo de atitudes e comportamentos? As principais vítimas do racismo em Portugal são, inegavelmente, os imigrantes de origem africana e os seus descendentes e as pequenas comunidades ciganas. Mas estas duas colectividades não são vítimas do mesmo tipo de racismo. A abordagem tipológica utilizada na pesquisa que é apresentada neste tese pode, efectivamente, distinguir os dois tipos ideais de racismo que existem na sociedade portuguesa. O racismo que vitima os imigrantes e os seus descendentes obedece claramente à lógica «desigualitária» cujas fontes podem ser encontradas no passado colonial do país e nas ideologias e preconceitos herdados desse mesmo passado. Os imigrantes e os seus descendentes possuem efectivamente um lugar na sociedade; não são excluídos da esfera produtiva ou da vida económica mas são sistematicamente inferiorizados e relegados para situações de invisibilidade social. No que diz respeito aos ciganos a situação é completamente diferente. Eles são actualmente vítimas de uma lógica de racização «diferencialista» ou de «exclusão». Não lhes é concedido nenhum lugar na sociedade, nenhuma função económica, nenhum espaço de interacção. Quer ao nível das práticas quotidianas, quer ao nível dos acontecimentos excepcionais e violentos com carácter racista, a colectividade cigana é percebida enquanto incompatível, inassimilável e indesejável à sociedade portuguesa. As fontes desta rejeição diferencialista parecem poder ser encontradas, simultaneamente, na dissolução dos modos de vida típicos desta colectividade e nas transformações recentemente sofridas pela sociedade portuguesa.por
dc.description.abstractLe Portugal ne semble pas être une exception dans le cadre des attitudes et comportements racistes en Europe. Néanmoins, et sans céder aux tentations du soupçon généralisé ni à celles de la dénonciation gratuite, un ensemble de questions mérite d'être posé à ce propos : comment se manifeste le racisme dans la société portugaise contemporaine et à quelles «logiques» obéit-il? Quelles sont ses sources actuelles et historiques ? Les principales victimes du racisme des Portugais sont indéniablement les immigrés d’origine africaine et leurs descendants et les petites communautés de Tsiganes. Mais ces deux collectivités ne sont pas victimes du même type de racisme. La démarche typologique utilisée dans la recherche qu’on présente ici, a, en fait, pu dégager les deux types idéaux de racisme existants dans la société portugaise. Le racisme à l’égard des immigrés et de leurs descendants obéit nettement à la logique de racisation « inégalitaire » ou « assimilationniste » dont les sources se trouvent dans le passé colonial du pays et dans les idéologies et préjugés hérités de ce même passé. En ce qui concerne les Tsiganes, la situation est très différente. Ils sont actuellement victimes d’un racisme qui relève nettement de la logique « différentialiste » ou d’ « exclusion ». Il ne leur est pas concédé aucune place dans la société, aucune fonction économique, aucun espace d’interaction. Les sources de ce rejet différentialiste semblent pouvoir être trouvées à la fois dans la dissolution des modes de vie typiques de cette collectivité et dans les concomitants changements subis par la société portugaise.por
dc.identifier.isbn978-989-8000-36-1
dc.identifier.otherAUT: JFM01235;
dc.identifier.urihttp://hdl.handle.net/10400.1/1915
dc.language.isofrapor
dc.peerreviewedyespor
dc.publisherAlto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural - Presidência do Conselho de Ministrospor
dc.relation.ispartofseriesColeção Teses;Nº 12
dc.subjectRacismopor
dc.subjectRacismo diferencialistapor
dc.subjectRacismo desigualitáriopor
dc.subjectPortugalpor
dc.subjectCiganospor
dc.subjectImigraçãopor
dc.titleDo «não racismo» português aos dois racismos dos portuguesespor
dc.typebook
dspace.entity.typePublication
oaire.citation.conferencePlaceLisboapor
person.familyNameMarques
person.givenNameJoão Filipe
person.identifier.ciencia-id2C1E-B052-2AB2
person.identifier.orcid0000-0001-8626-5875
person.identifier.scopus-author-id19640694000
rcaap.rightsopenAccesspor
rcaap.typebookpor
relation.isAuthorOfPublicationb38d3e2e-4425-47ef-bb80-d023e37f244c
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