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Authors
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Abstract(s)
The Azores archipelago is home to 28 different species of cetaceans, among which the long- and short-finned pilot whales (Globicephala melas and G. macrorhynchus). Of the two species, the latter is more frequently spotted in the area and, as a consequence, it is the subject of the current study. The species is vulnerable to threats resulted from anthropogenic activity, such as boat strikes, underwater noise or being caught as bycatch, which makes the assessment of their status essential for conservation.
The aims of this master thesis were to evaluate the spatial and temporal distribution of pilot whales along the south coast of São Miguel island, as well as to compile a photo identification catalogue in order to distinguish the individuals that transit the island, find out whether or not they return to the area and identify specific associations. The study used data collected from a platform of opportunity offered by the whale watching boats belonging to Futurismo, as well as data collected from land by the look-outs working for the company that were responsible for finding the animals and signaling their presence. In addition, photographs taken from the boats were processed and analysed for the identification of individuals.
The results show that short-finned pilot whales are spotted in the south of São Miguel more during the summer season, with higher encounter rates in July, followed by the month of June. They frequent waters between 700 and 1200 m deep, with slopes of 2° to 6° and were encountered between 4 and 20 km from the coast. A total number of 343 pilot whales were identified, out of which 42 were sighted more than once. However, as the re-sighting rate was too low to allow for the analysis of their social structure, further research is needed to assess it.
O arquipélago dos Açores é um hotspot para a diversidade de cetáceos. Nada menos que 28 espécies diferentes encontram nesta região um habitat favorável com águas quentes e repletas de presas abundantes. Dentro das espécies de cetáceos observadas nos Açores, quatro são residentes: o golfinho roaz (Tursiops truncatus), o cachalote (Physeter macrocephalus), o golfinho comum (Delphinus delphis) e o golfinho Risso (Grampus griseus), sendo as restantes espécies migratórias. As baleias-piloto de nadadeiras longas e curtas (Globicephala melas e G. macrorhynchus) são encontradas ocasionalmente ao redor do arquipélago. A baleia-piloto de nadadeira curta é, das duas espécies, a mais frequentemente encontrada nos Açores, e constitui o objeto do presente estudo. Como predadoras de topo, as baleias-piloto de barbatana curta ajudam a manter o equilíbrio das populações de lulas e peixes no seu habitat natural. Porém, embora tenham sido recentemente classificados como “Menos preocupantes” na Lista Vermelha da IUCN de espécies ameaçadas de extinção, eles são vulneráveis a ameaças resultantes de atividades antrópicas. Alguns exemplos incluem choques com barcos, ruído subaquático ou captura acidental. Isto significa que é essencial para a avaliação do seu estado de conservação na região da Macaronésia e, mais especificamente, na ilha de São Miguel nos Açores, a sua monitorização. Os objectivos desta dissertação de mestrado foram avaliar a distribuição espacial e temporal das baleias-piloto de barbatana curta ao longo da costa sul da ilha de São Miguel, bem como criar um catálogo de identificação fotográfica para distinguir os indivíduos que transitam ao redor da ilha, para determinar se há fidelidade ao local e se formam alguma associação específica entre si. O estudo usou dois conjuntos de dados: (1) dados recolhidos numa plataforma oportunisticaoferecida pelos barcos de observação de cetáceos da ‘Futurismo Azores Adventures’, e (2)dados recolhidos em terra pelos vigias da empresa que são responsáveis por encontrar os animais e assinalar a sua presença na zona. Para criar uma representação mais precisa do habitat preferido das baleias-piloto de nadadeira curta ao redor da ilha, usaram-se coordenadas GPS para criar mapas de distribuição no QGIS a fim de representar a distribuição espacial das espécies ao redor da ilha ecada ponto foi posteriormente analisado em termos de profundidade, declive e distância à costa para. A distribuição temporal foi determinada pela percentagem de avistamentos de baleias-piloto por temporada, tamanho do grupo, bem como a presença de crias em relação ao dia do ano. Além disso, as fotografias tiradas dos barcos foram processadas e analisadas para a identificação dos indivíduos. Esse processo envolveu recortar, ajustar o brilho e comparar os cortes e perfil da barbatana dorsal de cada indivíduo para encontrar correspondências. Este método tem vários desafios, entre os quais (1) a limitação do tempo das saídas de barco para observação de baleias, (2) a inexistência de saídas em condições climáticas desfavoráveis ou (3) a o reduzido número de câmeras para coleta de fotos para identificação. No entanto, houve também vantagens muito importantes que devem ser mencionadas, como o facto de existir uma boa cobertura da costa sul da ilha e também a recolha de dados durante todo o ano. Os resultados mostram que as baleias-piloto de barbatana curta são avistadas no sul de São Miguel predominantemente durante a temporada de Verão, com maiores taxas de avistamentos em Julho, seguido pelo mês de Junho. A estação do ano não afecta de forma significativa o tamanho dos grupos nem a composição do grupo, sendo que crias e juvenis se encontram presentes ao longo do ano. Embora no Verão se verifique uma maior taxa de detecção de crias e juvenis, essa é também a época do ano em que a detecção de outros indivíduos da espécie As baleias-piloto de nadadeira curta, quando encontradas em associação com outras espécies, foram mais frequentemente acompanhadas por golfinhos nariz de garrafa. O mapa de distribuição exibindo todos os encontros entre 2008 e 2020 continha 248 posições GPS. A análise indicou que a espécie pode ser detectada em águas com profundidades entre 700 e 1200 m e em regiões nas quais os declivesestão entre 2 ° e 6 °. A maioria dos avistamentos de baleias-piloto foram registados a menos de 20 km da costa, mas não se aproximam a mais do que 4 km, principalmente porque preferem águas mais profundas.Na foto-identificaçãoforam analisadas 6473 fotografias, tiradasdurante um período entre 2005 e 2020, com um número total de 343 baleias-piloto identificadas. Destes indivíduos, 42 foram avistados mais de uma vez. A maior janela temporal entre dois avistamentos do mesmo indivíduo foi de 11 anos, enquanto a menor foi de apenas um dia. Mais de 50% dos avistamentos foram registados no mesmo ano e várias baleias foram avistadas com dois anos de intervalo. Devido ao baixo índice de avistamentos (número máximo de três avistamentos do mesmo indivíduo), não foi possível avaliar a estrutura social da espécie. Em conclusão, o presente estudo oferece perspectivas sobre permanência e os padrões de distribuição temporal e espacial das baleias-piloto de barbatana curta que transitam pela costa sul da ilha de São Miguel. Fica por determinar se as baleias-piloto avistadas pertencem ou não a grupos específicos e se estes grupos também podem ser encontrados nos arquipélagos vizinhos da Macaronésia. Dado que estudos anteriores encontraram os indivíduos comuns entre a Madeira e os Açores, existe a possibilidade de os indivíduos avistados em São Miguel pertencerem à população transitória da Madeira, mas esta possibilidade permanece uma hipótese para uma futura investigação. Também fica por ser determinado se a variação na presença temporal da baleia-piloto ao redor da ilha é influenciada por variáveis oceanográficas, como a temperatura da superfície do mar e se as mudanças climáticas terão um impacto nesta distribuição.
O arquipélago dos Açores é um hotspot para a diversidade de cetáceos. Nada menos que 28 espécies diferentes encontram nesta região um habitat favorável com águas quentes e repletas de presas abundantes. Dentro das espécies de cetáceos observadas nos Açores, quatro são residentes: o golfinho roaz (Tursiops truncatus), o cachalote (Physeter macrocephalus), o golfinho comum (Delphinus delphis) e o golfinho Risso (Grampus griseus), sendo as restantes espécies migratórias. As baleias-piloto de nadadeiras longas e curtas (Globicephala melas e G. macrorhynchus) são encontradas ocasionalmente ao redor do arquipélago. A baleia-piloto de nadadeira curta é, das duas espécies, a mais frequentemente encontrada nos Açores, e constitui o objeto do presente estudo. Como predadoras de topo, as baleias-piloto de barbatana curta ajudam a manter o equilíbrio das populações de lulas e peixes no seu habitat natural. Porém, embora tenham sido recentemente classificados como “Menos preocupantes” na Lista Vermelha da IUCN de espécies ameaçadas de extinção, eles são vulneráveis a ameaças resultantes de atividades antrópicas. Alguns exemplos incluem choques com barcos, ruído subaquático ou captura acidental. Isto significa que é essencial para a avaliação do seu estado de conservação na região da Macaronésia e, mais especificamente, na ilha de São Miguel nos Açores, a sua monitorização. Os objectivos desta dissertação de mestrado foram avaliar a distribuição espacial e temporal das baleias-piloto de barbatana curta ao longo da costa sul da ilha de São Miguel, bem como criar um catálogo de identificação fotográfica para distinguir os indivíduos que transitam ao redor da ilha, para determinar se há fidelidade ao local e se formam alguma associação específica entre si. O estudo usou dois conjuntos de dados: (1) dados recolhidos numa plataforma oportunisticaoferecida pelos barcos de observação de cetáceos da ‘Futurismo Azores Adventures’, e (2)dados recolhidos em terra pelos vigias da empresa que são responsáveis por encontrar os animais e assinalar a sua presença na zona. Para criar uma representação mais precisa do habitat preferido das baleias-piloto de nadadeira curta ao redor da ilha, usaram-se coordenadas GPS para criar mapas de distribuição no QGIS a fim de representar a distribuição espacial das espécies ao redor da ilha ecada ponto foi posteriormente analisado em termos de profundidade, declive e distância à costa para. A distribuição temporal foi determinada pela percentagem de avistamentos de baleias-piloto por temporada, tamanho do grupo, bem como a presença de crias em relação ao dia do ano. Além disso, as fotografias tiradas dos barcos foram processadas e analisadas para a identificação dos indivíduos. Esse processo envolveu recortar, ajustar o brilho e comparar os cortes e perfil da barbatana dorsal de cada indivíduo para encontrar correspondências. Este método tem vários desafios, entre os quais (1) a limitação do tempo das saídas de barco para observação de baleias, (2) a inexistência de saídas em condições climáticas desfavoráveis ou (3) a o reduzido número de câmeras para coleta de fotos para identificação. No entanto, houve também vantagens muito importantes que devem ser mencionadas, como o facto de existir uma boa cobertura da costa sul da ilha e também a recolha de dados durante todo o ano. Os resultados mostram que as baleias-piloto de barbatana curta são avistadas no sul de São Miguel predominantemente durante a temporada de Verão, com maiores taxas de avistamentos em Julho, seguido pelo mês de Junho. A estação do ano não afecta de forma significativa o tamanho dos grupos nem a composição do grupo, sendo que crias e juvenis se encontram presentes ao longo do ano. Embora no Verão se verifique uma maior taxa de detecção de crias e juvenis, essa é também a época do ano em que a detecção de outros indivíduos da espécie As baleias-piloto de nadadeira curta, quando encontradas em associação com outras espécies, foram mais frequentemente acompanhadas por golfinhos nariz de garrafa. O mapa de distribuição exibindo todos os encontros entre 2008 e 2020 continha 248 posições GPS. A análise indicou que a espécie pode ser detectada em águas com profundidades entre 700 e 1200 m e em regiões nas quais os declivesestão entre 2 ° e 6 °. A maioria dos avistamentos de baleias-piloto foram registados a menos de 20 km da costa, mas não se aproximam a mais do que 4 km, principalmente porque preferem águas mais profundas.Na foto-identificaçãoforam analisadas 6473 fotografias, tiradasdurante um período entre 2005 e 2020, com um número total de 343 baleias-piloto identificadas. Destes indivíduos, 42 foram avistados mais de uma vez. A maior janela temporal entre dois avistamentos do mesmo indivíduo foi de 11 anos, enquanto a menor foi de apenas um dia. Mais de 50% dos avistamentos foram registados no mesmo ano e várias baleias foram avistadas com dois anos de intervalo. Devido ao baixo índice de avistamentos (número máximo de três avistamentos do mesmo indivíduo), não foi possível avaliar a estrutura social da espécie. Em conclusão, o presente estudo oferece perspectivas sobre permanência e os padrões de distribuição temporal e espacial das baleias-piloto de barbatana curta que transitam pela costa sul da ilha de São Miguel. Fica por determinar se as baleias-piloto avistadas pertencem ou não a grupos específicos e se estes grupos também podem ser encontrados nos arquipélagos vizinhos da Macaronésia. Dado que estudos anteriores encontraram os indivíduos comuns entre a Madeira e os Açores, existe a possibilidade de os indivíduos avistados em São Miguel pertencerem à população transitória da Madeira, mas esta possibilidade permanece uma hipótese para uma futura investigação. Também fica por ser determinado se a variação na presença temporal da baleia-piloto ao redor da ilha é influenciada por variáveis oceanográficas, como a temperatura da superfície do mar e se as mudanças climáticas terão um impacto nesta distribuição.
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Golfinho Risso Atividades antrópicas Subaquático Baleia-piloto Plataforma