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- Littoral and inland residents perceptions of tourism impacts, attitudinal support for tourism development, and intentions for pro-tourism behaviours in the Algarve regionPublication . Völk, Michael Sidharta Kirpal; Valle, Patrícia Oom do; Lança, MileneO turismo é um importante motor económico de desenvolvimento, sobretudo nas regiões costeiras do planeta. Por conseguinte, a indústria do turismo concentra-se frequentemente em destinos de praia, o que pode conduzir a um desenvolvimento desigual, com as zonas costeiras a sofrerem de sobrelotação e as regiões do interior a serem negligenciadas. No domínio do desenvolvimento sustentável do turismo, é essencial compreender as perceções, atitudes e intenções dos vários intervenientes. Neles incluem-se os turistas, as empresas ligadas ao turismo, os operadores turísticos, as entidades públicas e os residentes. É especialmente importante compreender a forma como os residentes percecionam os impactos do turismo e quais as suas atitudes em relação ao apoio do setor, uma vez que o desenvolvimento sustentável do turismo não se obtém sem a participação dos residentes, que convivem com os turistas numa base diária. Embora investigações anteriores tenham explorado as perceções dos residentes sobre os impactos do turismo, tem sido dada pouca atenção às diferenças geográficas entre as regiões costeiras e interiores. Este estudo visa contribuir para preencher essa lacuna, examinando as diferenças e as semelhanças entre os residentes que vivem em zonas costeiras (litorais) e interiores. Especificamente, pretende-se estudar os impactos turísticos percebidos e se as atitudes em relação ao desenvolvimento turístico diferem entre estes dois grupos. Adicionalmente, procura-se perceber se as diferenças encontradas refletem as diferentes fases de desenvolvimento turístico dos locais de residência analisados. A investigação centra-se no Algarve, uma região costeira do sul de Portugal, conhecida pela sua indústria turística. Os residentes do litoral algarvio dependem frequentemente do turismo como forma de rendimento, o que pode levar a níveis mais elevados de apoio ao desenvolvimento turístico. Por outro lado, os residentes do interior recebem menos turistas e são menos dependentes economicamente do turismo, o que pode resultar em atitudes diferentes. Compreender estas diferenças é crucial para um planeamento e uma gestão eficazes do turismo. A literatura existente explora as perceções dos residentes sobre os impactos do turismo, as atitudes em relação ao desenvolvimento do turismo e as intenções de comportamentos pró-turismo. Os residentes têm frequentemente perceções positivas do turismo devido aos seus benefícios económicos, enriquecimento cultural e melhoria das infraestruturas. No entanto, também reconhecem impactos negativos como o aumento do custo de vida, a homogeneização cultural e a degradação ambiental. As perspetivas, atitudes e comportamentos dos residentes são frequentemente explicados através de teorias e modelos como a Teoria das Trocas Sociais (SET), o Modelo do Ciclo de Vida dos Destinos Turísticos (TALC), o Modelo Irridex e a Teoria da Ação Racional (TRA). Esta investigação utiliza estas teorias e modelos como fundamentação epistemológica. Com efeito, este estudo tem como objetivo fornecer informações sobre as diferenças e semelhanças nas perceções sobre os impactos do turismo e no apoio dos residentes ao desenvolvimento do turismo entre as regiões costeiras e interiores, utilizando a região do Algarve como objeto de análise. Compreender estas articulações é essencial para o planeamento e gestão do turismo sustentável, tendo em conta os desafios e as oportunidades únicos que caracterizam o litoral e o interior da região. A região do Algarve é composta por 16 municípios e 67 freguesias, oferecendo paisagens diversas, região costeira, barrocal e serra. Cerca de 38% da região desfruta de um status de conservação ambiental. O litoral estende-se por 200 km, constituindo uma parte significativa da costa portuguesa. Esta região desempenha um papel vital no turismo português, contribuindo substancialmente para as dormidas, a capacidade de alojamento e as receitas nos empreendimentos turísticos nacionais. Para obter uma compreensão alargada das perspetivas dos residentes, das suas atitudes em relação ao turismo e das suas intenções de o apoiar, foi aplicado um extenso questionário aos residentes do Algarve. As questões abrangeram vários aspetos, incluindo as perceções dos residentes sobre os impactos positivos e negativos do turismo, as suas atitudes em relação ao desenvolvimento do turismo e também as suas intenções para adotarem comportamentos pró-turismo. A recolha de dados ocorreu durante as épocas alta e baixa da atividade turística no Algarve, em 2020/21, abrangendo residentes de todos os municípios do Algarve. A investigação utilizou um método de amostragem estratificado, considerando aspetos como o município, o género e o grupo etário. Após o processamento dos dados, 4.000 observações foram validadas para serem utilizadas nesta investigação, proporcionando uma base sólida para análise. Os inquiridos foram depois divididos entre os que indicaram viver em freguesias litorais e os que afirmaram viver em freguesias do interior. O método estatístico utilizado para retirar conclusões dos dados foi o Partial Least Sqares Structural Equation Modelling (PLS-SEM), através de uma análise multigrupos (MGA). Os resultados mostram que o efeito das perceções dos residentes sobre os impactos ambientais positivos no seu apoio ao desenvolvimento turístico difere significativamente entre os residentes do litoral e do interior. A região do interior apresenta ligações mais fortes entre as perceções ambientais positivas e o consequente apoio ao desenvolvimento do turismo, o que significa que, se for gerido corretamente no aspeto ambiental, os residentes terão mais probabilidades de apoiar o desenvolvimento do turismo. Por outro lado, as perceções sobre os impactos ambientais positivos revelam não ter impacto no apoio dos residentes do litoral em relação ao desenvolvimento turístico. Este resultado sugere que as regiões se encontram em fases distintas do ciclo de vida dos destinos turísticos, estando o interior na fase de desenvolvimento e o litoral na fase de consolidação. Além disso, a relação entre os constructos mostra uma forte influência dos impactos económicos no apoio ao turismo em ambos os grupos, provavelmente explicável pelo seu envolvimento na indústria do turismo, com mais de 70% dos respondentes no litoral e 60% no interior a declararem trabalhar no setor. Por último, os valores médios percebidos em relação aos impactos negativos do turismo são superiores no litoral, o que permite supor que aumentam proporcionalmente à intensidade turística. Os resultados do estudo oferecem perspetivas válidas para a gestão do turismo no Algarve. As recomendações incluem uma gestão pró-ativa dos impactos ambientais positivos, uma avaliação cuidadosa da capacidade de carga para mitigar o excesso de turismo ao longo da linha costeira e um enfoque estratégico no desenvolvimento do turismo sustentável nas regiões do interior. Estes conhecimentos são cruciais para as entidades gestoras do turismo que procuram encontrar um equilíbrio entre a promoção turística e a preservação do meio ambiente.
- Sensory gardens as visitor experiences: implications on well-beingPublication . Ferreira, Joana Henriques de Almeida Antunes; Agapito, Dora; Pinto, PatríciaThis dissertation focuses on understanding the role of sensory gardens as visitor experiences in individuals’ perceived well-being from a leisure and tourism perspective, using a managerial lens. Although sensory gardens have been researched as therapeutic options for people with a wide variety of disabilities, there is a research gap regarding the implications of approaching sensory gardens as visitor (consumption) experiences and the potential consequences on their well-being. This work addresses this gap by applying a questionnaire assessing two distinct videos—one featuring a sensory garden and the other a typical garden—sought to uncover differences and correlations related to hedonic and eudaimonic well-being, inclusiveness, accessibility, and overall perceived experience. The findings suggest that respondents perceived sensory gardens to be more inclusive and accessible. Additionally, both hedonic and eudaimonic dimensions of well-being exhibited a positive correlation when addressing sensory gardens, particularly in terms of inclusiveness and accessibility. This finding may imply that sensory garden experiences have the potential to contribute significantly to visitors' overall well-being. This study not only contributes to the growing knowledge within the realm of garden visits as sensory (consumption) experiences as garden visits but also underlines the relevance of inclusive design and accessibility considerations in shaping visitors’ well-being. Finally, both theoretical and managerial contributions are discussed, as well as limitations and directions for future research in tourism organisations management.