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- Macroinvertebrates associated with macroalgae within integrated multi-trophic aquaculture (IMTA) in earthen ponds: potential for accessory productionPublication . Vieira, Rafael; Mateus, Miguel; Afonso, Carlos; Soares, Florbela; Pousão-Ferreira, Pedro; Gamito, SofiaThe present work aims to evaluate the macroinvertebrate community associated with macroalgae in earthen pond systems to better understand their potential in detritus recycling and as an accessory production. Sampling took place on the settling pond of an aquaculture research station, where macroalgae permanently occurred at high densities. The results suggest differentiation between seasons but not between sites within the settling pond. Seasonal variation was observable in terms of macroinvertebrate density, biomass, and diversity. Two non-indigenous species of invertebrates were found, the crustaceans Grandidierella japonica and Paracerceis sculpta Amphipods were the most abundant group, and their high nutritional value can be exploited. Detritus and the epiphyte layer are the main food items for the invertebrates, reinforcing the advantages of these organisms being present to enhance the recycling of excess detritus and to transfer organic matter to upper trophic levels. These species, naturally present in aquaculture facilities, can improve the water quality and increase the variability of food nutrients for reared species.
- Assessment of diatom assemblage responses to an alkalinity enhancement experiment in the Ria Formosa saltmarshPublication . Silver, Louie; Mendes, Isabel Maria de Paiva Pinto; Gomes, Ana Isabel de Sousa Horta DiasO aquecimento climático é um dos maiores desafios que a humanidade enfrentará nos próximos anos, sendo impulsionado principalmente pelos gases de efeito estufa, como o dióxido de carbono (CO₂), que absorvem a radiação solar refletida e retêm calor. A concentração de CO₂ na atmosfera aumentou drasticamente desde a revolução industrial, levando ao aumento das temperaturas globais, mudanças nos padrões climáticos e inúmeros impactos nos ecossistemas e sociedades humanas. Para enfrentar estes desafios, estão a ser desenvolvidas estratégias modernas de remoção de dióxido de carbono (CDR). Uma abordagem promissora é o aumento da alcalinidade oceânica (OAE), que utiliza o intemperismo de rochas e minerais máficos para aumentar a capacidade do oceano de absorver e armazenar CO₂ atmosférico, mitigando, assim, a acidificação oceânica e promovendo o sequestro de carbono a longo prazo. Este processo envolve a dissolução de minerais silicatados compostos principalmente por magnésio, cálcio e ferro, que reagem com o CO₂ para formar iões bicarbonato estáveis. Embora os benefícios químicos do OAE sejam promissores, estes materiais são estranhos aos ecossistemas naturais e podem ter impactos ecológicos, geoquímicos e biológicos. Por exemplo, a olivina contém quantidades traço de níquel, que, em concentrações suficientemente elevadas, já demonstrou ser prejudicial para organismos marinhos, como fitoplâncton e zooplâncton. Consequentemente, é fundamental avaliar estes potenciais impactos para reduzir os riscos ambientais. Embora estudos laboratoriais tenham testado amplamente o OAE, avaliações em campo são essenciais para validar os resultados laboratoriais em ecossistemas reais e compreender como a variabilidade natural e os fatores ambientais podem influenciar os resultados. Os potenciais benefícios do OAE devem ser equilibrados com os riscos ecológicos, e este equilíbrio é particularmente importante ao considerar ecossistemas costeiros frágeis, como os sapais. Este estudo faz parte do projeto RECAP (REduce atmospheric Carbon by Alkalinity Enhancement in intertidal environments: Potential and impacts), que investiga o uso de dois materiais silicatados, olivina e basalto, para o OAE, a fim de capturar CO₂ da atmosfera (Mendes et al., 2023). A área de estudo é a Ria Formosa, numa zona de sapal intertidal com marés semi-diurnas e um clima quente e seco durante a maior parte do ano. Os sapais estão entre os ecossistemas mais produtivos do mundo, com elevadas taxas de sequestro natural de carbono, tornando-os ideais para estudos in-sit de aumento da alcalinidade. Além da sua capacidade de sequestro de carbono, os sapais proporcionam importantes habitats para diversas espécies, incluindo peixes, aves e invertebrados, e desempenham um papel crucial na proteção das costas contra a erosão. Esta combinação única de produtividade e sensibilidade faz dos sapais um excelente campo de testes para avaliar os impactos ecológicos do OAE. As diatomáceas, produtores primários cruciais nos ecossistemas marinhos, desempenham um papel-chave no ciclo de nutrientes e na fixação de carbono. Elas formam a base de muitas teias alimentares marinhas e contribuem significativamente para o sequestro de carbono através da bomba biológica, um processo no qual o carbono orgânico produzido pelas diatomáceas afunda no fundo do oceano após a sua morte. A sua sensibilidade às mudanças ambientais torna-as excelentes bioindicadores para o estudo dos efeitos ecológicos do OAE. Compreender como as comunidades de diatomáceas respondem ao OAE é essencial para avaliar tanto as consequências ecológicas quanto os impactos mais amplos nas cadeias alimentares marinhas e no ciclo de carbono. Experiências laboratoriais já demonstraram que as populações de diatomáceas aumentam em resposta à disponibilidade de silício e ferro provenientes do intemperismo de silicatos, embora isso dependa das condições ambientais específicas. No entanto, as investigações sobre as respostas das associações de diatomáceas à olivina e ao basalto em ambientes naturais são escassas, particularmente em ecossistemas diversos e dinâmicos como os sapais. O objetivo deste estudo foi avaliar o impacto de dois tamanhos de grão de olivina e de basalto nas associações de diatomáceas móveis vivas no sapal da Ria Formosa ao longo de sete meses. A experiência foi desenhada para avaliar como diferentes tratamentos de materiais silicatados afetam as comunidades de diatomáceas e a relação entre as respostas biológicas e os parâmetros ambientais. As respostas das comunidades de diatomáceas foram avaliadas através da contagem e classificação das espécies, cálculo das concentrações, diversidade e equitatibilidade. Estes parâmetros biológicos foram depois relacionados com fatores físico-químicos da água superficial, tais como pH, oxigénio dissolvido, salinidade, temperatura e alcalinidade. A amostragem decorreu em três momentos: setembro de 2022, dezembro de 2022 e março de 2023 (15 amostras no total), captando padrões sazonais de clima e sucessão. Cada evento de amostragem incluiu cinco tratamentos: um controlo, olivina fina (OF), olivina grosseira (OG), basalto fino (BF) e basalto grosseiro (BG). Ao incluir tamanhos de grão fino e grosseiro, o estudo procurou capturar possíveis diferenças nas taxas de intemperismo e efeitos biológicos devido à área reativa disponível para reações químicas. Técnicas multivariadas, incluindo a análise de clusters hierárquicos, análise de componentes principais (PCA), análise de componentes descentrados (DCA) e análise de redundância canónica (RDA), foram usadas para explorar a relação entre variáveis ambientais e a estrutura da comunidade de diatomáceas. Estas abordagens estatísticas permitiram uma compreensão abrangente de como as mudanças na química da água superficial, como o aumento da alcalinidade, poderiam influenciar as associações de diatomáceas ao longo do tempo. Com base na literatura, esperava-se que a olivina mostrasse mudanças mais cedo do que o basalto devido à sua taxa de dissolução mais rápida. Embora o basalto tenha um maior teor de cálcio e ferro, e menor de magnésio comparado à olivina, os efeitos dessas mudanças na composição química sobre as diatomáceas e outros organismos ainda não estão claros na literatura, pois poucos estudos abordaram este aspeto do OAE em ecossistemas naturais. Esperava-se que os tamanhos de grão mais finos se intemperizassem mais rapidamente devido à sua maior área reativa, potencialmente levando a mudanças mais rápidas na composição e abundância das comunidades de diatomáceas. Os resultados revelaram que o tratamento BF teve o menor impacto na estrutura e composição das comunidades de diatomáceas, mantendo, no entanto, uma alcalinidade mais elevada em março (2.592 mM) do que o controlo (2.520 mM) e o BG (2.491 mM). Houve mudanças mínimas nas concentrações, diversidade e composição das espécies sob o tratamento BF, sugerindo que o basalto pode ser um material menos disruptivo para o OAE neste ecossistema. Em contraste, o tratamento BG foi o que mais se aproximou do controlo em termos de espécies dominantes em dezembro e março, embora a análise DCA tenha revelado mudanças significativas nas espécies não dominantes, indicando que, embora as principais espécies fossem estáveis, estavam a ocorrer mudanças mais subtis na composição da comunidade. Isto sugere que até pequenas alterações nas condições ambientais podem levar a alterações nas espécies menos abundantes, o que pode ter consequências ecológicas a longo prazo. O tratamento OF mostrou o maior impacto na composição das espécies, com este efeito a tornar-se mais pronunciado ao longo do tempo, acompanhado de uma diminuição nas concentrações de diatomáceas em comparação com o controlo. Isto sugere que a olivina de grão fino pode causar maior perturbação nas comunidades de diatomáceas, possivelmente devido às taxas de dissolução mais rápidas e às mudanças associadas na química da água. O tratamento OG teve o impacto mais substancial na estrutura da comunidade de diatomáceas, com aumentos significativos nas concentrações e reduções na diversidade. Este efeito coincidiu com grandes mudanças na composição das espécies, conforme demonstrado pela DCA, embora estas mudanças parecessem diminuir até março. As perturbações iniciais podem ter sido moderadas ao longo do tempo à medida que o sistema se ajustava às novas condições ambientais. Estas descobertas destacam a necessidade de estudos a longo prazo para determinar se as mudanças nas comunidades são temporárias ou permanentes. Investigando o conteúdo de nutrientes e metais, juntamente com a composição da macrofauna e flora, ajudaria a esclarecer quais os aspetos dos materiais silicáticos que estão a causar as mudanças observadas. Incluir parâmetros físico-químicos da água intersticial poderia melhorar a relevância dos resultados da RDA, fornecendo uma melhor compreensão do ambiente das diatomáceas bentónicas. Além disso, examinar os efeitos em outros níveis tróficos poderia esclarecer os impactos ecológicos mais amplos não capturados neste estudo. Finalmente, é crucial expandir estas descobertas para além dos ecossistemas de sapal para avaliar os potenciais impactos do OAE em outros ambientes marinhos. Esta pesquisa oferece informações valiosas sobre como diferentes tamanhos de grão de olivina e basalto influenciam as comunidades de diatomáceas, com implicações mais amplas para o ciclo de carbono.
- Thermotolerance acquisition in industrial microalgal strains to sustain growth in environments under climate changePublication . Lima, Mariana da Silva; Varela, João Carlos Serafim; Schüler, Lisa MaylinAs microalgas e as cianobactérias constituem um grupo diversificado de organismos, predominantemente fotossintéticos, que podem ser encontrados em diversos ambientes e desempenham um papel crucial nos ecossistemas aquáticos. Como produtores primários, as microalgas não só estão na base das cadeias alimentares de vários organismos, como contribuem significativamente para a produção global de oxigénio e para a fixação de dióxido de carbono. Além disto, possuem um perfil bioquímico rico, produzindo compostos com propriedades antioxidantes, antibacterianas, antivirais e outras propriedades bioativas, o que as torna valiosas para as indústrias farmacêutica, cosmética, alimentar e dos biocombustíveis. Dentro das microalgas, as diatomáceas representam um dos maiores grupos, com mais de 20.000 espécies. Consistem em organismos eucarióticos unicelulares, do filo Bacillariophyta, e estão amplamente distribuídos nos ambientes aquáticos. Uma característica peculiar destas microalgas são as suas paredes celulares porosas de sílica, denominadas frústulas, que apresentam padrões específicos para cada espécie. Em relação à sua composição bioquímica, as diatomáceas são ricas em proteínas, ácidos gordos (nomeadamente em ácido eicosapentenóico [EPA] e ácido docosahexenóico [DHA]), polissacáridos (crisolaminarina) e carotenoides (fucoxantina), tornando-as organismos de grande interesse comercial para várias indústrias. No que toca à sensibilidade às temperaturas, as diatomáceas têm preferência por temperaturas mais baixas, sendo a primavera a estação mais favorável ao seu crescimento. A sensibilidade destes organismos ao aumento das temperaturas constitui uma limitação ao seu cultivo, principalmente em sistemas abertos. Com as projeções a apontarem para um aumento de 1,8 ºC a 4,0 °C até ao final do século, as diatomáceas ficam suscetíveis aos efeitos das alterações climáticas. Este fenómeno provoca uma redução das taxas de crescimento e da produtividade, além de alterações no perfil bioquímico das algas, podendo culminar na morte celular. Neste sentido, o melhoramento de estirpes surgiu como uma ferramenta biotecnológica que permite melhorar características de interesse nos organismos, obtendo assim estirpes com maior resistência ao stress térmico. As duas principais estratégias para o melhoramento de estirpes são a engenharia genética/metabólica e a mutagénese aleatória. A engenharia genética envolve edições específicas do genoma para melhorar as caraterísticas, enquanto a mutagénese aleatória expõe as microalgas a agentes mutagénicos químicos ou físicos, como o metanossulfonato de etilo (EMS) ou radiação ultravioleta (UV), capazes de provocar alterações irreversíveis em vários locais do seu genoma. A mutagénese aleatória consiste num método robusto, fácil de executar e económico para gerar estirpes melhoradas e apresenta uma série de vantagens comparado à engenharia genética. Primeiramente, a mutagénese aleatória não requer um conhecimento prévio do genoma e das vias biossintéticas do organismo. Além disso, os mutantes gerados não estão sujeitos aos mesmos regulamentos rigorosos que os organismos geneticamente modificados na indústria alimentar na Europa e em muitas outras regiões, uma vez que não contêm qualquer ADN exógeno integrado no seu genoma. Após a mutagénese, os mutantes são selecionados para as caraterísticas desejadas, como a resistência ao calor ou o aumento da produção de compostos de interesse, através da aplicação de stress abiótico (por exemplo, temperatura, salinidade e pH) ou inibidores de vias metabólicas (como a difenilamina [DPA], a nicotina, o norflurazon, e a cerulenina). A citometria de fluxo é uma ferramenta sensível e precisa para análise de alto rendimento das propriedades individuais das células, revelando ter um grande potencial na investigação das microalgas. Esta tecnologia permite a seleção e isolamento eficaz de mutantes com caraterísticas específicas, como por exemplo para aumento da produção de compostos. Adicionalmente, através do uso de corantes fluorescentes, é possível fazer uma avaliação rápida da viabilidade celular com base na integridade da membrana ou na atividade metabólica da célula. A dissertação teve dois objetivos principais: o primeiro, isolamento de estirpes termotolerantes da diatomácea Phaeodactylum tricornutum via mutagénese aleatória; e o segundo, expansão do conhecimento sobre a relação entre a aquisição de termotolerância em diatomáceas e a salinidade do meio. Para além dos objetivos já referidos, a dissertação procurou avaliar possíveis melhorias na qualidade e valor da biomassa em resultado do stress imposto. Devido à dificuldade de cultivo de P. tricornutum em meio sólido, foi ainda avaliada a eficácia do uso da fluorescência da clorofila como forma de medição da viabilidade das microalgas cultivadas em meios líquidos. Deste modo, duas estirpes de P. tricornutum – a estirpe selvagem (WT) e um mutante previamente isolado (MT009) – foram expostas a diferentes salinidades (5, 20 e 35 ppt) e temperaturas (20, 28, 30, 35 e 40 ºC). Estes ensaios de crescimento foram realizados em de Erlenmeyer de 250 mL e, posteriormente, foi realizado o scale-up para biorreatores de 1 L, equipados com um sistema de arejamento. Na etapa de scale-up apenas as condições de 20 ºC/20 ppt, para os controlos WT e MT009, e 28 ºC a 5, 20 e 35 ppt, para a estirpe MT009, foram testadas. A biomassa das diferentes condições de crescimento obtida do ensaio em biorreatores foi posteriormente analisada bioquimicamente, nomeadamente o seu perfil de macronutrientes (proteínas, lípidos, carboidratos e cinzas), de pigmentos (clorofila a e carotenoides) e de ácidos gordos. Para alcançar o primeiro objetivo, foi efetuada a mutagénese aleatória com EMS (100, 150, 200, 250, e 300 mM), seguida de seleção de mutantes através da resistência ao stress térmico (30 ºC) e concentrações de DPA sub-letais (50, 60, e 70 μM). O ensaio da viabilidade celular foi realizado em microplacas de 24 poços e foi dividido em duas experiências, nas quais foram usadas diferentes concentrações de EMS (200, 250, 300, e 350 mM) e DPA (25, 50, 100, 300 e 400 μM) para induzir a perda de viabilidade de culturas de P. tricornutum WT. A fluorescência da clorofila destas culturas foi medida através de dois equipamentos: leitor de microplacas e citómetro de fluxo. Após três dias de exposição aos agentes citotóxicos, as culturas foram coradas com dois corantes de fluorescência (diacetato de 5(6)-carboxifluoresceína [CFDA] e SYTOX Orange) para contagem celular por citometria. A estirpe MT009 demonstrou maior resistência ao calor em temperaturas sub-letais (28 ºC) e letais (30 ºC), com as culturas a 35 ppt a manter 60% da atividade fotossintética, comparado com 10% nas culturas de 5 e 20 ppt. A maior acumulação de biomassa (1,4 g L-1), foi obtida pelas culturas MT009 a 20 e 35 ppt, a 28 ºC, nos ensaios em biorreactores. MT009 a 35 ppt teve as maiores taxas de crescimento (0,109 ± 0,011 d-1) e produtividade (0,104 ± 0,015 g L-1 d-1). Em relação às análises bioquímicas, a cultura MT009 5 ppt/ 28 ºC teve um teor proteico significativamente superior ao controlo (T4 - 33,91 ± 0,94 % DW vs. 29,09 ± 0,68 % DW; T8 - 37,93 ± 0,85 % DW vs. 31,40 ± 0,67 % DW). O conteúdo de lípidos e cinzas não apresentou diferenças significativas, mas a concentração de glícidos a 5 ppt/28 ºC (25,09 ± 0,95 % DW) foi maior que a da cultura a 35 ppt (19,95 ± 1,10 % DW). No que respeita aos pigmentos, o MT009 a 5 ppt/ 28 ºC apresentou os níveis mais baixos de clorofila a, fucoxantina e carotenóides totais, com concentrações reduzidas para metade do valor do inóculo inicial. Quanto aos ácidos gordos, verificou-se uma redução significativa dos ácidos gordos polinsaturados (PUFAs) na cultura MT009 5 ppt/ 28 ºC (38.16 ± 3.41 % of total FAME) comparado ao inóculo inicial (48.84 ± 0.08 % of total FAME). O conteúdo de EPA foi maior nas culturas a 20 ºC. A 28 ºC, a concentração de ácidos gordos saturados (SFAs) aumentou. No que diz respeito ao isolamento de mutantes termotolerantes, embora se tenham formado colónias a 30 ºC, o fenótipo termotolerante foi perdido após o primeiro subcultivo. No ensaio da viabilidade celular, verificou-se uma forte correlação entre os diferentes métodos de determinação da viabilidade das culturas, validando a fluorescência da clorofila como um indicador eficaz da viabilidade celular em culturas líquidas. Em geral, o estudo permitiu compreender fatores chave envolvidos na aquisição de termotolerância, pelas diatomáceas, e avaliar o impacto das condições de stress sobre a qualidade e valor da biomassa. Embora não tenham sido obtidos mutantes termotolerantes via mutagénese aleatória, o método é promissor, quando otimizado para a espécie. Além disso, validou-se o uso da fluorescência de clorofila, medida por espectrofotometria ou citometria, como uma técnica eficaz e prática para avaliar a viabilidade celular em culturas líquidas.
- Extratos naturais no combate ao envelhecimento da pelePublication . Sousa, Beatriz Guerreiro; Miguel, GraçaA pele é o maior órgão do corpo humano e com um carácter multifuncional que proporciona integridade e identidade ao nosso organismo. Permite trocas com o meio ambiente, assegurando ao mesmo tempo proteção contra o mesmo, no entanto, é o primeiro órgão a mostrar os sintomas mais visíveis do envelhecimento. O envelhecimento da pele é um fenómeno natural, biológico e multifatorial que não se consegue parar, porém é possível atrasar as suas manifestações. Expressa-se em todas as camadas da pele, principalmente devido a um declínio progressivo da funcionalidade fisiológica das mesmas, levando a uma degradação dos seus componentes. A pele é um componente importante da beleza exterior para a população e é, portanto, o foco de diversos tratamentos cutâneos. Mudanças na pele associadas ao envelhecimento cronológico ou fotoenvelhecimento, como rugas, flacidez e alterações na pigmentação, levam a população a procurar tratamentos cosméticos para melhorar a aparência da pele. Compreender a complexidade da estrutura da pele e o funcionamento da barreira cutânea bem como os fatores que contribuem para o envelhecimento da mesma será a chave para perceber e retardar os sintomas visíveis do mesmo. As moléculas naturais são um alvo importante neste campo devido à ideia entre as pessoas de que os produtos naturais são mais seguros e, portanto, as moléculas naturais estão se a tornar cada vez mais a primeira escolha como agentes cosméticos. As plantas incluem muitas substâncias que podem ser valiosas no combate ao envelhecimento na pele. Com base nisto, esta monografia é uma revisão sobre os extratos naturais de origem vegetal com aplicação na indústria da cosmética, e, portanto, com um valor acrescentado na profissão Farmacêutica. Tal abordagem permitirá saber quais as espécies mais vantajosas no combate ao envelhecimento da pele e a sua importância num mundo que se pretende cada vez mais sustentável.
- O Impacto da grainha da uva na diabetes mellitusPublication . Justino, Ana Rita Canhoto; Miguel, Maria da Graça CostaA diabetes mellitus (DM) é conhecida como uma das doenças crónicas mais debilitantes no mundo, sendo considerada bastante perigosa pois os indivíduos não sabem que possuem a doença até ao aparecimento e desenvolvimento de complicações. De acordo com os valores de referência, o diagnóstico da diabetes é feito quando glicemia de jejum ≥ 126 mg/dl; ou sintomas clássicos + glicemia ocasional ≥ 200mg/dl; ou glicemia ≥ 200 mg/dl às 2 horas, na prova de tolerância à glicose oral (PTGO) com 75 g de glicose; ou hemoglobina glicada A1c (HbA1c) ≥ 6,5%. A uva, devido à sua composição química, tem vindo a ser alvo de atenção científica nos últimos anos devido às suas propriedades antioxidantes e anti- inflamatórias, podendo atuar na inibição de doenças como o cancro, diabetes e doenças inflamatórias e neurodegenerativas. As proantocianidinas são um tipo de flavonóides encontrados nesta fruta que parecem ter efeitos biológicos, incluindo antidiabético, pelo que são compostos que têm atraído a atenção não só da indústria alimentar, mas também de organizações de saúde devido aos seus potenciais benefícios para a saúde. A terapia com extrato de grainha da uva pode influenciar positivamente a homeostase da glucose e a secreção de insulina, juntamente com melhorias nos níveis de marcadores inflamatórios e do stress oxidativo. A presente monografia tem como objetivo realizar uma revisão bibliográfica acerca do impacto da grainha da uva na DM, incluindo uma breve contextualização da doença e avaliando o nível de eficácia no benefício da mesma enquanto estratégia no combate desta patologia e na saúde.
- Mieloma múltiplo: evolução dos tratamentosPublication . Talhadas, Beatriz Sofia Pinheiro Jerónimo; Silva, Isabel Maria Júlio daO Mieloma Múltiplo é uma neoplasia das células plasmáticas e é o segundo cancro de origem hematológica mais comum. A sua incidência aumenta com a idade, atingindo o seu pico aos 69 anos, e afeta maioritariamente o sexo masculino e os afrodescendentes. Esta neoplasia, surge na medula óssea e caracteriza-se por uma expansão clonal de plasmócitos neoplásicos que produzem anticorpos monoclonais não funcionais. A acumulação destes anticorpos monoclonais no organismo pode desencadear diversos problemas de saúde, tais como hipercalcemia, insuficiência renal, anemia e lesões ósseas. O Mieloma Múltiplo é a doença hematológica que tem um maior número de fármacos aprovados. Inicialmente, o tratamento desta neoplasia baseava-se em regimes de quimioterapia que englobavam agentes alquilantes, imunomoduladores e inibidores de proteossoma. A partir do ano de 2015, com a aprovação do Daratumumab (anticorpo monoclonal anti-CD38) surgiu a era da imunoterapia. Esta era veio revolucionar completamente o paradigma terapêutico do Mieloma Múltiplo melhorando exponencialmente os resultados terapêuticos e a qualidade de vida dos doentes. O tratamento desta neoplasia é aplicado para dois grupos de doentes, os elegíveis para transplante autólogo de progenitores hematopoiéticos e os não elegíveis. A eleição para a realização do transplante tem em conta a idade do doente, as suas comorbilidades, o seu estado de desempenho e a sua resiliência funcional. Para além dos tratamentos principais, é importante que os pacientes adotem medidas de autocuidado e realizem tratamentos complementares. Esta associação melhora a qualidade de vida dos doentes com Mieloma Múltiplo. Apesar do sucesso que os tratamentos atuais apresentam, o Mieloma Múltiplo continua sem cura. Deste modo, estão a decorrer estudos que envolvem imunoterapia, tratamentos dirigidos e nanotecnologia para desenvolver novos tratamentos.
- O medo do escuro na infância e a distinção fantasia-realidadePublication . Jesus, Margarida Martins de; Martins, Ana Teresa; Faísca, LuísO medo do escuro, especialmente em idades precoces, é uma resposta emocional normal e expectável. Nesta fase, é comum que as crianças tenham dificuldade em distinguir fantasia de realidade, o que contribui para a interpretação imaginativa de sombras, sons ou objetos indistintos como perigos iminentes. No entanto, supõe-se que a ausência de uma clara distinção entre fantasia e realidade, em crianças mais velhas, poderá alimentar receios irracionais e prolongar o medo do escuro além do que seria considerado uma etapa normal do desenvolvimento infantil. Apesar desta potencial ligação, os estudos que avaliam diretamente a associação entre a dificuldade em distinguir fantasia de realidade e o medo persistente do escuro são ainda escassos, deixando uma importante área de investigação em aberto. Neste contexto, tivemos como principal objetivo avaliar a prevalência do medo do escuro e a sua relação com a capacidade de distinção entre fantasia e realidade em 84 crianças portuguesas, com idades compreendidas entre 7 e 10 anos. Ao contrário das nossas expectativas, os resultados mostraram a ausência de associação entre estas variáveis. No entanto, verificou-se que o medo do escuro se mantém estável ao longo da faixa etária estudada, sendo mais marcado nas meninas, que surge com maior frequência quando as crianças estão sozinhas, dentro de casa. Observamos também que este medo aumenta quando as crianças são expostas a imagens, filmes e outros recursos externos. Estes resultados sugerem que a compreensão acerca da persistência dos medos infantis exige uma abordagem multifatorial, integrando tanto aspetos cognitivos quanto emocionais e culturais, sublinhando a necessidade de mais investigação sobre os fatores que perpetuam o medo do escuro na infância.
- O papel da responsividade na psicoterapia psicodinâmica: Um estudo de caso de sucessoPublication . Pereira, Stephanie Gabrielle Detzel; Janeiro, Luís de BritoA Terapia para as Fobias a Afetos (TFA) propõe que a mudança nos clientes está associada à capacidade de estabelecer uma relação autêntica com as emoções, o que requer a Reestruturação dos Afetos. A literatura sobre o processo de mudança em psicoterapia atribui um papel central à responsividade do terapeuta. No entanto, há uma lacuna no conhecimento acerca da responsividade na TFA, especialmente em relação ao seu impacto em casos de sucesso. O presente estudo teve como objetivo compreender a interação de uma díade de sucesso. Particularmente, foram analisadas as intervenções do terapeuta e do cliente, visando identificar padrões de interação que contribuíram para o sucesso da terapia. Foram analisadas quatro sessões, nas quais as falas da terapeuta e da cliente foram classificadas de acordo com o Sistema de Codificação dos Objetivos Terapêuticos. Foi utilizado o software State Space Grid para examinar as sequências de interação entre a díade e obter os padrões interativos. De forma a compreender o progresso da terapia, foi recolhida informação qualitativa na perspectiva da terapeuta e da cliente. Os resultados indicam que, a responsividade da terapeuta foi um elemento central no progresso da cliente. As intervenções da terapeuta focaram na Reestruturação dos Afetos e na regulação da ansiedade, enquanto as respostas da cliente refletiram principalmente a Experiência e Expressão dos Afetos. Esses dados, demonstram que a capacidade da terapeuta de ajustar suas intervenções às necessidades da cliente foi essencial para promover a Experiência e Expressão dos Afetos de forma adaptativa. O presente estudo propõe que a responsividade da terapeuta na TFA é um fator crucial para o sucesso da terapia, contribuindo significativamente para a eficácia do processo de mudança.