Loading...
2 results
Search Results
Now showing 1 - 2 of 2
- A militância melancólica ou a figura de autor em José Gomes FerreiraPublication . Carmo, Carina Infante doA obra em prosa e em poesia de José Gomes Ferreira (1900-1985) configura um edifício autobiográfico que tem por centro um sujeito-autor, a recontar a sua narrativa de vida e a delinear um auto-retrato de artista, sempre inacabado. Nesse sentido, pertence à modernidade literária pós-Pessoa, conhecendo a fundo a cultura poética oitocentista em que cresceu e absorvendo, mais tarde, o legado modernista, em diferentes expressões artísticas. Quer isto dizer que o autor em estudo exemplifica, com propriedade, a não-linearidade do tempo histórico, situado na encruzilhada de diversas vozes e movimentos literários do século XX. O seu trabalho autobiográfico combina a consciência do artefacto literário e a vontade de assegurar a sobrevivência do nome e da obra, contra o esquecimento. Esta persona autoral confirma um conceito não biografista de autor, ou seja, encarna uma máscara excêntrica que abriga um ser feito de linguagem, ao mesmo tempo, actor e encenador na cena da escrita. O aparente oxímoro da militância melancólica determina-lhe, entretanto, a forma como compõe a vida, as auto-imagens e a voz, e nelas cruza a memória pessoal e a consciência social. O poeta-autobiógrafo inscreve-se no espaço da cidade, na sua história e na experiência quotidiana dos homens. Ainda assim, a clave realista da sua representação contempla a criatividade metafórica, a ironia e a construção de realidades alternativas. São elas, afinal de contas, as margens da melancolia onde José Gomes Ferreira se posiciona para reflectir sobre si e sobre o mundo.
- Shadow talk: constructing female memory of a Portuguese centuryPublication . Carmo, Carina Infante do; Blanco, Maria-José; Williams, ClaireIn 2004, Margarida Tengarrinha published "Quadros da Memória" (Portraits Drawn from Memory), an account of her harsh experiences as an underground communist activist and in exile during Salazar's dictatorship. At the age of seventy-six, anf thirty years after the 25 April 1974 revolution, Margarida Tengarrinha undertook to write an autobiography, which, since it came out with Avante! Editions, the Publishing house run by the Portuguese Communist Party (PCP), served to publicly aknowledge her militancy. (...)