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- Um poeta a crescer na escola e fora dela: notas autobiográficas de José Gomes FerreiraPublication . Carmo, Carina Infante doA obra autobiográfica de José Gomes Ferreira (1900-1985) centra-se com especial evidência, na narrativa de vida e na composição do auto-retrato de artista, vindo a acrescentar, em crescendo, a força temática da infância.
- A letra da tabuleta do cronista José SaramagoPublication . Carmo, CarinaDefende Saulo Gomes Thimóteo que a obra cronística de José Saramago, "não deve ser vista como prenúncio do romancista a haver, mas sim como uma espécie de umbra futurorum que reverberaria por toda a produção saramaguiana, uma vez que é o autor empreendendo sua busca questionadora".
- O desafio da autobiografia nos programas de português e de literatura portuguesa do ensino secundárioPublication . Carmo, Carina Infante doHoje, mais do que nunca, parece fazer sentido reconhecer no contexto português uma efervescência autobiográfica que se traduz na multiplicação de edições em livro ou de testemunhos publicados em periódicos, perfeitamente agrupáveis sob esse rótulo genológico. Sucedem-se os artistas, os políticos e as celebridades televisivas que não perdem a oportunidade de lançar obras autobiográficas, levando inúmeras livrarias a reservar-lhes uma secção à parte.
- Le travail de l’ironie dans les chroniques de Maria Judite de Carvalho et de José Gomes FerreiraPublication . Carmo, Carina Infante doA leitura paralela de Maria Judite de Carvalho e José Gomes Ferreira permite-nos pensar a crónica como forma privilegiada de dizer a cidade contemporânea mediante uma lucidez irónica e uma aguda consciência histórica. José Gomes Ferreira nunca esconde o grotesco e a desolação do mundo dos outros mas dá a ver o que existe de irreal, de sonho no quotidiano e ironiza a sua posição (melancólica) de poeta militante. Maria Judite de Carvalho, por seu turno, vive uma dolorosa contiguidade com as ruas e rostos que se entregam à indiferença, ao consumo e à alienação. E, no entanto, esta verdade como um punho revela-se através de uma ironia fina e ácida que denuncia as injustiças e os lugares comuns dos discursos e dos gestos. Em ambos os casos, de modos diversos, a crónica trabalha as nuances próprias da ironia, contra a evidência do banal, do esquecimento e da morte.
- Diálogo em Setembro e a projecção da figura de escritor em Fernando NamoraPublication . Carmo, Carina Infante do; Morão, PaulaDiálogo em Setembro (1966) é uma charneira na obra de Fernando Namora. Não apenas põe em causa a forma romanesca como mescla na prosa narrativa os traços ensaístico, autobiográfico e ficcional.
- Adolescer em clausura. Olhares de Aquilino, Régio e Vergílio Ferreira sobre o Romance de InternatoPublication . Carmo, Carina Infante doHá livros que mudam o curso de uma vida: o primeiro livro sem ilustrações que conseguimos ler até ao fim, romances devorados às escondidas, versos declamados por um professor.
- Manuel Gusmão e Eduardo Prado Coelho (textos) e Duarte Belo (fotografias), O Leitor Escreve Para Que Seja Possível, Lisboa, Assírio & Alvim, 2001Publication . Carmo, Carina Infante doLonge de entronizar melancolicamente o objecto livro, na alegada ameaça da sua extinção por tecnologias e linguagens mais velozes e eficazes, o álbum O Leitor Escreve para que Seja Possível é uma alegoria da leitura
- O Algarve em Os Pescadores de Raul BrandãoPublication . Carmo, Carina Infante doO Algarve ocupa os capítulos finais do livro Os Pescadores (1923) de Raul Brandão, rematando um itinerário atlântico que começara no lugar saudoso da sua infância perdida, a Foz do Douro. A exuberância das gentes e lugares algarvios estimulam-lhe o cromatismo plástico e sinestésico, transfigurando a paisagem contemplada num quadro interior, habitado de lembranças e sensações pessoais. Entre a luz e o mar, a brancura das açoteias de Olhão enquadra a agitação da vida, das dores e da labuta dos pescadores e suas mulheres. Seguem-se o copejo ensanguentado do atum, em Tavira e no arraial da Ponta da Baleeira, e o caminho para Barlavento, rumo ao mágico promontório de S. Vicente.
- Algumas razões por que não se pode deixar de ler os neo-realistasPublication . Carmo, Carina Infante doAo olhar em prespectiva a nossa contemporaneidade literária, está lá a marca indelétavel dos autores neo-realistas.
- Para memória futura do neo-realismo [Fernando Namora]Publication . Carmo, Carina Infante doFernando Namora foi pioneiro na narração da história do neo-realismo, de que foi protagonista desde a primeira hora. Desde 1956, o escritor empenhou-se em valorizar a evolução e o lugar daquele movimento literário na literatura portuguesa de novecentos. Por meio da escrita ensaística, Namora responde ao ocaso neo-realista mas também à hostilidade crescente do campo literário português àquele movimento, pondo em causa muitos lugares comuns da crítica e um conceito linear e monológico de tempo histórico em literatura.