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- Mia Couto: entre a cidade e o exílio, em JesusalémPublication . Paulo Pereira, JoséA leitura desdobra, no romance Jesusalém – de Mia Couto – não apenas os pressupostos do seu título, mas também os dos títulos das suas versões brasileira e inglesa. Parte, quer da ambivalente significação do advérbio “além” – ali associado ao nome de “Jesus” – quer do jogo paronomástico com “Jerusalém” – cidade ética, política e religiosamente pensada por Emmanuel Lévinas, em Au-delà du verset. Sublinha, assim, o que o “além” implica, de uma certa crítica do cristianismo e acompanha, na personagem de Silvestre Vitalício, quer o processo do seu exílio da cidade e da sua loucura, quer a sua melancólica sobrevivência à morte de sua esposa, Dona Dordalma. Na escrita de Mwanito – autor ficcional do romance – observa a sua compatibilidade, quer com o conceito desconstrutivo de “escrita em geral”, de Jacques Derrida, quer com o conceito de imagem, segundo E. Lévinas, ambos a suporem uma obliteração do “ser” como presença plena.
- Mia Couto: uma escrita na voz – aprendendo com a chuva..Publication . Pereira, José PauloA nossa leitura de Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra, da autoria de Mia Couto, tem o seu foco na conceção de escrita que, da singular correspondência entre as personagens do Avô Dito Mariano e Mariano, o neto que lhe herda o nome, se desprende. A nossa questão condutora refere-se, por um lado, à dupla inscrição de Dito Mariano, a respeito dessa escrita: simultaneamente por fora – sendo ele analfabeto... – e por dentro – mas num sentido que julgamos derrideano. As premissas da noção de escrita de Mia Couto, expostas em E se Obama fosse africano? são, por seu lado, compatíveis, com as posições de Jacques Derrida, contidas em livros como Posições, De la grammatologie, Marges – de la philosphie ou Points de suspension sobre uma certa escrita na voz, uma arqui-escrita que nos deve ajudar a reconsiderar a posição da oralidade, na sua diferença em relação à escrita corrente.Palavras-chave: (arqui-)escrita, voz, obliteração do próprio, différance, marca.
- Mia Couto: o suplemento de origem, em Terra Sonâmbula...Publication . Pereira, José Paulo de Lemos e Melo CruzVimos, no romance de Mia Couto, as implicações do dito de Muidinga, sobre os cadernos de Kindzu, ao chamar-lhes cartas. Pensámo-las a partir da noção derridiana de suplemento e – para compreender a amnésia de Muidinga – vimos as diferenças que se abriram no campo da psicotraumatologia entre Freud, Pierre Janet e Ferenczi, até psicanalistas que, como Philip Bromberg, hoje pensam a dissociação como parte constitutiva de um sujeito plural, em vez de reduzi-la ao recalcamento freudiano. Dada a auto-definição de Kindzu como escritor de sonhos, perguntámo-nos o que poderia ser uma “escrita pré- -literal” – como a dos sonhos tidos, por Muidinga, como “cartas para as nossas outras, restantes vidas”. Isto lendo “Freud et la scène de l'écriture”, de L'écriture et la différence e “Ce dangereux supplément...”, de De la grammatologie, “Envois”, de La carte postale ou “Télépathie”, de Psyché - Inventions de l'autre, de Jacques Derrida.
