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Racistas são os outros! Reflexões sobre as origens do mito do «não racismo» dos portugueses

dc.contributor.authorMarques, João Filipe
dc.date.accessioned2014-06-12T16:34:39Z
dc.date.available2014-06-12T16:34:39Z
dc.date.issued2008
dc.description.abstractDe onde vem a ideia tão difundida e tão resistente do «não racismo» dos portugueses? Poderá ela desempenhar o papel de uma «profecia criadora», imunizando, de algum modo, os portugueses relativamente às formas mais virulentas e violentas de racismo? Para responder a estas questões é necessário interrogar a história recente do país, nomeadamente, uma parte da sua história colonial. É na sequência dos múltiplos ataques internacionais à situação colonial que, durante os anos cinquenta e sessenta do Século XX, a doutrina lusotropicalista de Gilberto Freyre vai ser politicamente apropriada pelo Estado Novo. Tornou-se necessário, naquela época, convencer o mundo e os portugueses da ausência de racismo na «essência» do ser português, bem como da «harmonia» racial vivida nas colónias. O «não-racismo» dos portugueses tornou-se não apenas uma característica da ideologia do Estado como assumiu dimensões míticas. Transformou-se num mito fundador, numa cosmogonia da expansão portuguesa no mundo. O mito nacional do «não-racismo», tendo sido historicamente construído pelas elites políticas com finalidades muito pragmáticas constitui hoje uma autêntica «hipocrisia criadora» que contribuiu para modelar o racismo contemporâneo dos portugueses. Através de uma espécie de «efeito perverso», tendo querido justificar e prolongar a situação colonial (logo, uma forma de racismo), o Estado Novo inoculou nos portugueses através da escola e dos aparelhos estatais, uma espécie de vacina que, por um lado, tem contido as manifestações mais virulentas do racismo diferencialista contra as populações de origem africana e, por outro lado, tem impedido, em Portugal, a passagem do racismo para o campo do político.por
dc.description.sponsorshipFundação para a Ciência e Tecnologia e do Fundo Social Europeu através do IIIº Quadro Comunitário de Apoiopor
dc.identifier.urihttp://hdl.handle.net/10400.1/4294
dc.language.isoporpor
dc.publisherFaculdade de Economia da Universidade do Algarvepor
dc.subjectColonialismopor
dc.subjectEstado novopor
dc.subjectRacismopor
dc.subjectLusotropicalismopor
dc.subjectPortugalpor
dc.titleRacistas são os outros! Reflexões sobre as origens do mito do «não racismo» dos portuguesespor
dc.typebook part
dspace.entity.typePublication
oaire.citation.conferencePlaceFaro, Portugalpor
oaire.citation.endPage20por
oaire.citation.startPage5por
oaire.citation.titleEstudos IIIpor
person.familyNameMarques
person.givenNameJoão Filipe
person.identifier.ciencia-id2C1E-B052-2AB2
person.identifier.orcid0000-0001-8626-5875
person.identifier.scopus-author-id19640694000
rcaap.rightsopenAccesspor
rcaap.typebookPartpor
relation.isAuthorOfPublicationb38d3e2e-4425-47ef-bb80-d023e37f244c
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