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Assessing the effectiveness of noncommunicable diseases control and prevention using data envelopment analysis: an international comparison

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Abstract(s)

Noncommunicable diseases (NCDs), with special relevance cardiovascular diseases, cancer, diabetes and respiratory diseases, are leading causes of death worldwide. For policymakers across countries, the prevention and control of these diseases is fundamental to ensure an effective management of healthcare systems. The main purpose of this dissertation is to explore the potential of using Data Envelopment Analysis (DEA) to assess the effectiveness of healthcare systems in preventing and controlling NCDs. To this purpose, data from 27 OECD counties has been used. Our results point out a remarkable variation in NCDs prevention and control across countries, suggesting that the identification of best practices in this context may contribute to the development of more effective strategies to prevent and control NCDs among the population. These results also demonstrate the potential strategic role of DEA for an effective planning of the available resources.
As doenças não transmissíveis são por definição não infeciosas e não transmissíveis de pessoa para pessoa. Este grupo de doenças, em particular as doenças cardiovasculares, o cancro, a diabetes e as doenças respiratórias, lideram mundialmente o número de mortes. A mortalidade precoce é uma das consequências destas doenças que gera maior preocupação, assim como, a perda de qualidade de vida levando os indivíduos a viver um considerável número de anos com incapacidade para trabalhar segregando as famílias para situações de pobreza. As doenças cardiovasculares representam a maior causa de morte, com 15.6 milhões de mortes em 2010, de entre as quais se destacam o enfarte agudo do miocárdio e os acidentes vasculares cerebrais. O cancro representa a segunda maior causa de mortalidade, responsável por 8 milhões de mortes em 2010, sendo expectável que venha a aumentar a sua incidência em todo o mundo, em particular nos países com menor nível de desenvolvimento. O cancro da traqueia, brônquios e pulmão são os mais frequentes, quase do dobro do cancro do estômago e fígado conjuntamente. Como terceira causa de morte surge a doença pulmonar obstrutiva crónica, a mais representativa do grupo das doenças crónicas respiratórias que são responsáveis por 3.8 milhões de mortes. Por último, a diabetes é responsável por 12.8 milhões de mortes, tendo também a particularidade de ser percursora de outras doenças, como por exemplo, os acidentes cerebrais vasculares ou a insuficiência renal. Este grupo de doenças partilha um conjunto de fatores de risco bem identificados e que são similares em todos os países. Os quatro fatores de risco comportamentais que estão fortemente relacionados com as doenças não transmissíveis, anteriormente identificadas, são: tabagismo, dietas alimentares desadequadas, sedentarismo e consumo abusivo de álcool. Estes conduzem a quatro importantes alterações metabólicas: hipertensão arterial, obesidade, hiperglicemia e hiperlipidemia. No entanto, inerente ao desenvolvimento do país ou ao grupo socioeconómico a que o indivíduo pertence existe um conjunto de fatores mais amplos e menos passíveis de mudança a curto e médio prazo que também condicionam o aparecimento das doenças não transmissíveis, tais como o rendimento, o acesso à educação ou a poluição atmosférica. Por forma a prevenir ou controlar as doenças não transmissíveis, em particular estas doenças crónicas, a Organização Mundial de Saúde (OMS) propõe que sejam implementadas um conjunto de medidas específicas dirigidas aos fatores de risco comportamentais. A OMS identificou um grupo de medidas custo-efetivas para estes dois grupos de fatores de risco, como por exemplo, proibir fumar em locais públicos, adverter a população para o impacto negativo do tabagismo na saúde, aumentar os impostos sobre o tabaco, reduzir a quantidade de sal na comida, assim como, proporcionar à população rastreios do cancro do colo do útero e da mama para deteção e tratamento precoces do cancro. Neste sentido, os decisores políticos dos diferentes países assumem um papel especialmente importante na gestão dos sistemas de saúde. A promoção de hábitos de vida saudáveis e as intervenções de rastreio pressupõem um melhor acesso aos serviços de saúde, em particular aos cuidados de saúde primários. A avaliação de desempenho dos sistemas de saúde tem sido um tema frequente entre os decisores políticos principalmente desde 2000, ano em que a OMS dedicou um relatório a este tema. A comparação do desempenho dos sistemas de saúde entre países tem sido levada a cado por diversos investigadores e reconhecida como importante por alguns autores. Os sistemas de saúde são extremamente complexos e a sua avaliação de desempenho tem um papel importante ao proporcionar informação relevante aos diferentes agentes que neles participam por forma a tomarem decisões informadas no sentido de atingirem os objetivos propostos. Diversos estudos utilizando o Data Envelopment Analysis (DEA) para comparar a eficiência dos sistemas de saúde de diversos países foram desenvolvidos ao longo das últimas décadas, no entanto, menos estudos foram efetuados para avaliar a efetividade dos sistemas de saúde. Seja sobre eficiência ou efetividade grande parte dos estudos desenvolvidos avalia os sistemas de saúde como um todo. Neste sentido, esta dissertação introduz um contributo ao ter como principal objetivo explorar o potencial do DEA para avaliar a efetividade dos sistemas de saúde na prevenção e controlo das doenças não transmissíveis. Para este efeito, foram recolhidos dados de 27 países da OCDE para o ano de 2009. Os resultados obtidos apontam 11 países como efetivos na prevenção e controlo das doenças não comunicáveis. Os países considerados efetivos são: Finlândia, Grécia, Islândia, Israel, República da Coreia, Luxemburgo, México, Polónia, Eslovénia, Espanha e Suíça. De entre os quais, Israel e a Finlândia são os que mais vezes servem de referência para aprendizagem para os países não efetivos na prevenção e controlo das doenças não comunicáveis. Os resultados do nosso estudo sugerem ainda que Israel e a Finlândia destacamse particularmente na prevenção e controlo das doenças cardiovasculares e neoplasias, respetivamente. De facto, a OMS reconhece Israel como detentor de uma excelente rede de serviços de cuidados primários composta por equipas multidisciplinares próximas da comunidade proporcionando um melhor acesso a cuidados de saúde. A proximidade destas equipas multidisciplinares oferece, por um lado, maior oportunidade para promover hábitos de vida saudáveis junto da população, e por outro, controlar sistematicamente as pessoas que já se encontram em situação de doença. A Finlândia tem das taxas de incidência de cancro mais baixas da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), em particular a do cancro do pulmão. Por trás destes resultados está um forte investimento em programas de controlo do tabagismo e programas de rastreio de cancro (por exemplo, mamografias). Os programas de controlo do tabagismo têm sido baseados tanto em fortes campanhas publicitárias como em restrições de acesso e consumo legisladas desde meio da década de 90. Os resultados obtidos indicam que há uma variação significativa na efetividade da prevenção e controlo das doenças não transmissíveis nos países analisados, sugerindo que a identificação das melhores práticas neste contexto poderá resultar na implementação de estratégias mais efetivas na prevenção e controlo destas doenças junto da população. Estes resultados também demonstram o potencial papel estratégico do DEA para um planeamento mais efetivo dos recursos existentes.

Description

Dissertação de mestrado, Gestão de Unidades de Saúde, Faculdade de Economia, Universidade do Algarve, 2013

Keywords

Gestão dos serviços de saúde Doenças Não transmissíveis Sistemas de saúde Efetividade

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