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Authors
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Abstract(s)
Na presente investigação, pela sua complexidade e pressupostos, recorremos a
uma metodologia mista, optando-se por apresentar a investigação qualitativa
separadamente da quantitativa. No primeiro estudo, foi nossa intenção avaliar a
implementação da Educação Sexual (ES) em contexto escolar, na região do Algarve,
recorrendo a uma entrevista semidiretiva, aplicada a sete coordenadores de Educação
para a Saúde/Educação Sexual (EpS/ES), a um diretor de agrupamento de escolas
(AE) e a um docente de Ciências Naturais, de seis AE. Concluímos que a ES foi
integrada nos projetos educativos de todos os AE do estudo e nomeados professorescoordenadores
para a EpS/ES. Os AE situados em concelhos com menos residentes
partilharam mais fatores no processo de implementação da ES, apresentando um
percurso mais próximo das recomendações da lei que regula atualmente a ES em
contexto escolar. Apesar de os AE terem demonstrado intenção de implementar a ES
de forma transversal e interdisciplinar, tem sido a disciplina de Ciências Naturais que
mais tem participado na implementação da ES. De acordo com os objetivos da ES
privilegiados pelos AE, a ES realizada teve em vista, sobretudo, a aquisição de
conhecimentos, seguindo-se, maioritariamente, o modelo médico-preventivo. As
limitações à implementação da ES apontadas passaram pelo pouco apoio do
Ministério da Educação e Ciência, e pela falta de formação, de experiência e de à
vontade dos docentes nesta área. No segundo estudo, avaliámos a dinamização da ES
no 3º ciclo do ensino básico (CEB), aplicando dois inquéritos por questionário, o
primeiro a 346 alunos do 10º ano, e o segundo a 55 professores do 3º CEB, em seis
AE. O estudo permitiu concluir que têm sido os professores de Ciências Naturais os
que mais têm dinamizado a ES, que apenas metade da amostra de professores tem
formação específica na área da ES e que poucos concluíram formação
especializada/pós-graduação. A dinamização da ES tem sido baseada, sobretudo, no
diálogo professor/aluno, sendo que a prevenção da gravidez e das infeções
sexualmente transmissíveis continuam a merecer maior destaque por parte dos
professores. A importância da ES foi reconhecida por quase todos os alunos, e o
grupo de pares foi mencionado como sendo o agente educativo mais importante na
sua ES. O terceiro estudo visou identificar as variáveis que melhor explicaram os
diferentes níveis de conhecimentos dos alunos face à ES. Para tal, foram aplicados
dois inquéritos por questionários, o primeiro a 346 alunos do 10º ano, e o segundo a
55 professores do 3º CEB. Dos resultados destacamos o facto de termos identificado
três grupos de alunos com diferentes níveis de conhecimento face à ES: “bom”,
“mediano” e “baixo”, sendo que os alunos com bons conhecimentos estão em
maioria. A variável que melhor explicou a diferença entre os níveis de conhecimento
foi a idade dos alunos, sendo que os alunos mais novos (<16 anos) são os que
possuem mais conhecimentos. Também a formação específica na área da ES e a
formação especializada/pós-graduação dos professores que dinamizaram a ES
explicaram de alguma forma os diferentes níveis de conhecimento. Apesar das
limitações decorrentes das amostras estudadas, podemos afirmar que esta investigação
contribuiu para um conhecimento mais completo e contextualizado da implementação
e dinamização da ES na região do Algarve, permitiu caracterizar a formação dos
professores e avaliar os conhecimentos dos alunos face à ES, identificando as
variáveis que melhor explicaram os diferentes níveis de conhecimento.
Description
Dissertação de mestrado, Ciências da Educação e da Formação (Observação e Análise da Relação Educativa), Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Universidade do Algarve, 2014
Keywords
Educação sexual Implementação Dinamização Adolescência Escolas Professores Conhecimentos