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Este trabalho pretende sugerir uma tipologia à vasta galeria de padres como personagens recorrentes na obra ficcional de Camilo Castelo Branco. O padre é uma figura que aparece com regularidade nos romances de Camilo e todos eles manifestam naturezas distintas, o que abre espaço para analisar as suas funções na narrativa e o seu significado ideológico. Para isso procura perceber-se a forma como se afirmou o romance em Portugal para chegarmos ao estatuto de romancista que Camilo alcançou. Tratando-se de uma personagem religiosa, será vital tarefa compreender a história do panorama religioso no tempo de Camilo, com o pano de fundo da guerra civil entre liberais e absolutistas, assim como a educação com mestres-padres do escritor para compreender a sua posição espiritual/religiosa face à realidade católica do país. Escolhemos dois romances, A Filha do Arcediago (1854) e O Retrato de Ricardina (1868), em que o narrador camiliano dá uma especial atenção às figuras clericais, por isso analisaremos a sua intervenção para descodificar a mensagem em cada um desses exemplos. Já no final explicamos a importância dos padres malditos em Camilo como mensageiros do infortúnio, sendo que este tipo de padre é inspirado no terror gótico e no terror psicológico. Este último objectivo serve para explicar a confluência que Camilo soube aproveitar do romance europeu seu contemporâneo para criar padres de natureza negra e mórbida e assim conceber romances de rasgos emocionantes e melodramáticos.
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Camilo Castelo Branco Padres Romantismo Romance Religião Gótico