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O cortejo feérico: imagens, miragens: figuras arquetípicas dos contos de fadas

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Abstract(s)

A par do efeito moralizante e da transmissão dos saberes populares, os contos de fadas eternizam figuras carregadas de sentidos metafóricos, de valores estéticos e de perfis residuais de mitos cosmológicos ou de ritos tão antigos como as mais antigas protocivilizações. Incessantemente catalogado e analisado por antropólogos, sociólogos e folcloristas, o corpus textual dos contos ramifica-se conforme temas, géneros e subgéneros, áreas de divulgação, história das origens e tradições culturais. As atribuições das personagens na construção dos argumentos, obedecendo ao mesmo tempo a conteúdos significantes e a estilos narrativos, não interferem senão superficialmente nos contornos identificadores das imagens que as personificam. Paralelamente, a representação dessas imagens obedece a padrões paradigmáticos e, através dos diversos processos de transmissão, permanece sob as variantes como eixo catalisador de metáforas e como polo de fascinação para o imaginário popular. Assim, os contos prestam-se a ser ouvidos, lidos e vistos: não seriam entendidos sem essa prefiguração mental, que nada deve aos ilustradores – cuja obra é no entanto preciosa, documentando pelos estilos da arte da ilustração a época e área geográfica em que foi criada. Figuras dos contos que se tornam lendárias; figuras de lenda que prolificamente geraram contos imortais; dessas transmigrações de imagens tomamos como exemplo as fadas semi-divinas da Eurásia e, em especial, os avatares que caracterizam alguns dos mais populares contos portugueses. Na senda das intricadas migrações dos contos, invocamos ainda figuras emblemáticas do imaginário oriental, cujo poder e longevidade, tal como na cultura popular da Europa, se devem ao cruzamento da poética da narrativa com a visão mágica da natureza e a partilha da linguagem simbólica. Autores marcantes da literatura universal aliaram à génesis criadora das suas obras a leitura plástica e metafórica desses ícones complexos, que, ao mesmo tempo, se prestam a uma leitura imediata, fulgurante, à disposição para uso de todos, e pelos mais diversos meios de comunicação, num infindável cortejo feérico.

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Dissertação de mestrado, Comunicação, Cultura e Artes, Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Universidade do Algarve, 2017

Keywords

Contos de fadas Tradição oral Narrativa Transcrição Figuras Memória

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