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Abstract(s)
Este estudo pretende provar a existência de um bucolismo moderno na poesia de Carlos
Queiroz, poeta do século XX, que se pauta no que podemos denominar de pastoral da
infância. Assim, a investigação será desenvolvida no sentido de demonstrar que é
implícito, na sua obra, o conhecimento do código bucólico clássico e a sua subsequente
desconstrução. Na poesia de Carlos Queiroz procede-se a uma dissolução dos aspectos
característicos do bucolismo clássico: foram apagados os pastores (substituídos pela
figura da criança), desaparecem as referências ao gado e ao pastoreio (principal
actividade dos pastores clássicos) os prados verdejantes e a Arcádia foram substituídos
por cenários como o recreio ou o jardim e o canto bucólico foi substituído por outras
actividades. Deste modo, vamos encontrar um novo tipo de bucolismo, construído sob a
égide da criança, uma vez que a ela está inerente o princípio de simplicidade e
ingenuidade apregoado pela pastoral. Esta pastoral procede a uma descomplexificação
do tempo, que se vai identificar com o período maravilhoso da infância, e do espaço,
que se consubstancia não só nos locais associados às crianças, mas também numa
antinomia cidade-campo, dando origem a uma versão rural de pastoral da infância.
Assim, o sentimento predominante nesta pastoral vai ser o de nostalgia, quer de um
tempo perdido, quer dos espaços associados à criança ou, numa outra dimensão, à
província e ao ideal de simplicidade a ela associado. Na verdade, a característica que vai
definir toda a pastoral, incluindo a da infância, é que esta só é escrita quando um
determinado mundo ou ideal se perde.
Description
Dissertação mest., Literatura, Universidade do Algarve, 2008
Keywords
Teses Literatura portuguesa Estudos literários