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In the European Union the turn towards renewable energy sources has increased the
production of biodiesel from rapeseed oil, leaving glycerol (also known as glycerin) as a
valuable by-product. For every litre of biodiesel produced, approximately 79 g of crude glycerol
are generated. As the biodiesel production grows, the quantity of crude glycerol generated will
be considerable and its utilization will become an urgent topic. One possibility is the use of
crude glycerol on animal feeds. Glycerol has been evaluated as a dietary energy source for
several farm animals, including fish. A study was undertaken to assess the effect of dietary
biodiesel-derived glycerol (from rapeseed oil) on the overall growth performance, digestive
capacity and metabolic nutrient utilization in juvenile gilthead seabream fed a low fishmeal
level diet. Two practical diets were formulated to be isonitrogenous (crude protein, 45.4% DM),
isolipidic (18.5% DM) and isoenergetic (gross energy, 21.3 kJ/g DM). The control diet (CTRL)
was formulated with intermediate levels of marine-derived proteins (19%). In the same basal
formulation, 5% glycerol (GLY) was incorporated at the expenses of wheat. Each dietary
treatment was tested in triplicate tanks over 63 days, with 20 gilthead seabream (Sparus aurata),
with a mean initial body weight (IBW) of 27.9 0.12 g. At the end of the trial, fish fed the
CTRL diet reached a final body weight of 84.3 2.2 g (more than 3-fold increase of initial body
weight). Fish fed the GLY diet showed a significantly higher (P<0.05) growth, expressed in
terms of final body weight and specific growth rate. Voluntary feed intake was similar between
the two treatments, but both feed efficiency and protein efficiency ratio were significantly
improved (P<0.05) in fish fed the GLY diet. Dietary glycerol had no effect (P>0.05) on the
apparent digestibility of protein. In comparison to the control treatment, dietary glycerol
significantly improved (P<0.05) protein and fat retention. Activities of digestive enzymes were
significantly affected by the various dietary treatments. Fish fed the GLY diet showed an
enhanced activity of alkaline phosphatase (ALP) and pepsin, while activities of lipase and
leucine-alanine peptidase (LAP) were little affected by dietary glycerol. Fish show the ability to
use crude glycerol as a dietary energy substrate.
Na União Europeia, tem-se verificado uma procura crescente de novas fontes de energia renováveis, o que tem conduzido a um aumento da produção de biodiesel a partir de óleo de colza, originando o glicerol (também conhecido como glicerina) como um valioso subproduto. Por cada litro de biodiesel produzido, são geradas aproximadamente 79 g de glicerol bruto. À medida que a produção de biodiesel aumenta geram-se quantidades consideráveis de glicerol tornando-se urgente encontrar soluções adequadas à utilização deste excedente. Uma alternativa possível é a utilização de glicerol bruto na formulação de rações para animais. O glicerol tem sido estudado como fonte de energia nas dietas de diferentes animais, incluindo peixes. O presente trabalho descreve um estudo efectuado para avaliar o efeito da incorporação de glicerol bruto derivado da produção de biodiesel (a partir de óleo de colza) em dietas, com baixo teor em farinha de peixe, para juvenis de dourada (Sparus aurata). Os principais parâmetros avaliados foram o desempenho global de crescimento, a capacidade digestiva e a utilização metabólica de nutrientes. Duas dietas práticas foram formuladas para serem isoproteicas (proteína bruta, 45,4% de MS), isolipídicas (18,5% de MS) e isoenergéticas (energia bruta, 21,3 kJ / g MS). A dieta de controlo (CTRL) foi produzida com níveis intermédios de derivados de proteínas marinhas (19%). A partir da mesma formulação base, 5% de glicerol foi incorporado em detrimento do trigo obtendo-se a dieta glicerol (GLY). Os tratamentos foram testados em triplicado durante 63 dias, em grupos de 20 douradas com um peso médio inicial (PI) de 27,9 0,12 g. No final do ensaio, os peixes alimentados com a dieta CTRL atingiram um peso final (PF) de 84,3 2,2 g, triplicando o seu peso inicial. Os peixes alimentados com a dieta GLY mostraram um crescimento significativamente superior (P <0,05) em termos de peso final e taxa de crescimento específico. A ingestão de alimento foi similar entre os dois tratamentos, mas quer a eficiência alimentar quer o coeficiente de eficácia proteica melhoraram significativamente (P <0,05) nos peixes alimentados com a dieta GLY. A incorporação de glicerol na dieta não teve efeito (P> 0,05) sobre a digestibilidade aparente da proteína. Em comparação com o tratamento de controlo, o glicerol melhorou significativamente (P <0,05) a retenção de proteína e de gordura. A atividade dos enzimas digestivos foi significativamente alterada pelos diferentes tratamentos. Peixes alimentados com a dieta GLY mostraram um aumento da atividade da fosfatase alcalina (ALP) e da pepsina, enquanto a atividade da lipase e da leucina-alanina peptidase (LAP) foram pouco influenciadas pelo glicerol na dieta. A dourada demonstrou uma boa capacidade de utilizar glicerol bruto como uma fonte energética fornecida pela dieta.
Na União Europeia, tem-se verificado uma procura crescente de novas fontes de energia renováveis, o que tem conduzido a um aumento da produção de biodiesel a partir de óleo de colza, originando o glicerol (também conhecido como glicerina) como um valioso subproduto. Por cada litro de biodiesel produzido, são geradas aproximadamente 79 g de glicerol bruto. À medida que a produção de biodiesel aumenta geram-se quantidades consideráveis de glicerol tornando-se urgente encontrar soluções adequadas à utilização deste excedente. Uma alternativa possível é a utilização de glicerol bruto na formulação de rações para animais. O glicerol tem sido estudado como fonte de energia nas dietas de diferentes animais, incluindo peixes. O presente trabalho descreve um estudo efectuado para avaliar o efeito da incorporação de glicerol bruto derivado da produção de biodiesel (a partir de óleo de colza) em dietas, com baixo teor em farinha de peixe, para juvenis de dourada (Sparus aurata). Os principais parâmetros avaliados foram o desempenho global de crescimento, a capacidade digestiva e a utilização metabólica de nutrientes. Duas dietas práticas foram formuladas para serem isoproteicas (proteína bruta, 45,4% de MS), isolipídicas (18,5% de MS) e isoenergéticas (energia bruta, 21,3 kJ / g MS). A dieta de controlo (CTRL) foi produzida com níveis intermédios de derivados de proteínas marinhas (19%). A partir da mesma formulação base, 5% de glicerol foi incorporado em detrimento do trigo obtendo-se a dieta glicerol (GLY). Os tratamentos foram testados em triplicado durante 63 dias, em grupos de 20 douradas com um peso médio inicial (PI) de 27,9 0,12 g. No final do ensaio, os peixes alimentados com a dieta CTRL atingiram um peso final (PF) de 84,3 2,2 g, triplicando o seu peso inicial. Os peixes alimentados com a dieta GLY mostraram um crescimento significativamente superior (P <0,05) em termos de peso final e taxa de crescimento específico. A ingestão de alimento foi similar entre os dois tratamentos, mas quer a eficiência alimentar quer o coeficiente de eficácia proteica melhoraram significativamente (P <0,05) nos peixes alimentados com a dieta GLY. A incorporação de glicerol na dieta não teve efeito (P> 0,05) sobre a digestibilidade aparente da proteína. Em comparação com o tratamento de controlo, o glicerol melhorou significativamente (P <0,05) a retenção de proteína e de gordura. A atividade dos enzimas digestivos foi significativamente alterada pelos diferentes tratamentos. Peixes alimentados com a dieta GLY mostraram um aumento da atividade da fosfatase alcalina (ALP) e da pepsina, enquanto a atividade da lipase e da leucina-alanina peptidase (LAP) foram pouco influenciadas pelo glicerol na dieta. A dourada demonstrou uma boa capacidade de utilizar glicerol bruto como uma fonte energética fornecida pela dieta.
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Aquacultura Pescas Dourada Sparus aurata Nutrição Óleos