Publication
I was thinking about something else: assessing mind wandering in school-aged children
datacite.subject.fos | Ciências Sociais::Outras Ciências Sociais | |
dc.contributor.advisor | Inácio, Filomena Café | |
dc.contributor.advisor | Faísca, Luís Miguel Madeira | |
dc.contributor.author | Dias, Andreia Filipa Carmo | |
dc.date.accessioned | 2025-08-25T10:52:56Z | |
dc.date.available | 2025-08-25T10:52:56Z | |
dc.date.issued | 2025-03-12 | |
dc.description.abstract | Mind wandering, ou a divagação mental, é um fenómeno humano universal descrito como uma mudança de atenção de uma tarefa em curso para pensamentos gerados internamente. Sendo assim, ocorre quando estamos a fazer uma tarefa e começamos a pensar em outra coisa. Esta experiência consume grande parte do nosso dia-a-dia. Estima-se que os adultos passam 30 a 50% do seu tempo em divagação mental, enquanto as crianças passam cerca de 20 a 33% do seu tempo a divagar. A nível mundial, cada vez mais tem crescido o número de estudos acerca da divagação mental. Ao longo dos anos foram surgindo várias definições relativas à divagação mental, sendo a mais operacionalizada a Task-Unrelated Thoughts, que descreve a divagação mental como pensamentos que não estão relacionados com a tarefa. A divagação mental pode acontecer de forma intencional, quando o indivíduo escolhe deixar os seus pensamentos divagarem, ou de forma não intencional, quando é espontânea, ocorrendo mesmo quando estamos a tentar prestar bastante atenção à tarefa que estamos a fazer. Não se sabe exatamente o porquê da nossa mente divagar, mas podemos tentar avaliar a divagação mental através de métodos subjetivos ou de métodos objetivos. Num dos métodos subjetivos, é perguntado ao participante que se encontra a realizar uma tarefa se a sua atenção num dado momento está focada na tarefa ou se estava a pensar em outra coisa (probe-caught method). Outro método de avaliação solicita ao participante que reporte espontaneamente quando está em divagação metal (self-caught method). Ambos os procedimentos envolvem a interrupção da tarefa em curso. O retrospective method implica recolher retrospetivamente dados sobre a frequência da divagação mental através de questionários. Existem também métodos objetivos tais como detetar a divagação mental através de indicadores somáticos ou neurofisiológicos, nomeadamente através dos movimentos oculares, dilatação da pupila, frequência cardíaca, marcadores neurais (através da eletroencefalografia) ou pela análise das expressões faciais. Nos adultos, os estudos de neuroimagem e a investigação comportamental têm confirmado a validade dos métodos subjetivos por autorrelato. Há também estudos que mostram que crianças a partir dos 8 anos são capazes de identificar quando a sua mente divaga e descrever o conteúdo do seu pensamento. Neste sentido, será importante usar mais de um método para tentar avaliar de forma precisa a frequência de divagação mental. Vários estudos tentam explorar a relação entre a divagação mental e o desempenho cognitivo. Por um lado, temos autores que encontraram estar a divagação mental associada a processos benéficos, como o aumento da criatividade, ajuda na resolução de problemas e na planificação. Por outro lado, a divagação mental pode ter um efeito negativo em tarefas que envolvem a atenção sustentada e memória de trabalho, como, por exemplo, a leitura. A aprendizagem baseia-se na aquisição de conhecimentos e na integração desses novas nossas aprendizagens com conhecimentos prévios e a divagação mental pode interferir nesse processo. Apesar do seu evidente impacto educativo, poucos estudos investigam a divagação mental em crianças. A grande maioria dos estudos usa os adultos como população alvo, resultando em poucos estudos a caracterizar a divagação mental nas crianças. Deste, modo, o objetivo do presente estudo é explorar a possibilidade de avaliar a divagação mental em crianças portuguesas e determinar se existe associação entre a divagação mental e o desempenho cognitivo destas crianças. A amostra incluiu 48 crianças com idades compreendidas entre os 8 e os 11 anos. Foi feita uma atividade de treino, seguida de uma tarefa de detenção de divagação mental. Esta tarefa foi adaptada para o português e nela os participantes viam e ouviam um vídeo gravado onde se narrava uma história sobre o Egito Antigo. Durante esta narrativa foram feitas seis interrupções (probe-thoughts) para questionar os participantes se estavam a pensar na história narrada no momento imediatamente anterior à interrupção ou se estavam a pensar em outra coisa. Caso estivessem a pensar na história, respondiam a duas perguntas simples. Se estivessem a pensar noutra coisa, tinham de dizer aquilo em que estavam a pensar e se esse pensamento divergente ocorrera intencionalmente ou simplesmente surgira na sua cabeça. Durante este procedimento, os participantes eram filmados para registar a sua expressão facial, sendo também registada a sua frequência cardíaca com recurso a um smartwatch. No final da narrativa, eram feitas oralmente dez perguntas de resposta fechada acerca da história, para assegurar o grau de atenção à mesma. Finalmente, foram aplicadas, pela mesma ordem, seis provas de avaliação cognitiva (memória de dígitos, fluência verbal fonémica e semântica, trilhas, matrizes progressivas coloridas de Raven, teste de Stroop com frutas), e, por fim, o questionário de divagação mental. Os resultados revelam que os participantes relatam estar em divagação mental em aproximadamente 16% do tempo em que estão a fazer a tarefa. Normalmente a mente divaga de forma não intencional, ou seja, a divagação acontece mesmo quando as crianças estão a tentar prestar atenção. Foi encontrada uma correlação positiva moderada entre a medida de divagação mental durante a tarefa e a medida de divagação mental do dia-a-dia, o que sugere que as crianças que divagam menos durante uma tarefa são também aquelas que apresentam menos propensão para divagar no seu quotidiano. No entanto, não foram encontradas associações entre as duas medidas de divagação mental e as provas cognitivas, a idade, género, nem com as medidas relativas ao batimento cardíaco. Embora os estudos sobre a divagação mental tenham aumentado na última década, continua a ser necessário desenvolver investigação para compreender melhor este fenómeno humano. Seria importante que, em estudos futuros, se elaborassem métodos que avaliassem com precisão a divagação mental e se clarificassem os fatores associados a uma maior divagação mental. Desta forma, será possível maximizar ou diminuir a divagação mental, dependendo da situação em que nos encontramos e dos nossos objetivos. | por |
dc.description.abstract | Mind Wandering (MW) is an everyday human experience, known as a shift of attention from the current task to internally generated thoughts. Research on daily-life mind wandering shows that it consumes a big part of our time. In adults and adolescents, it is associated with poorer performance in educationally significant tasks. This study aims to explore the possibility of assessing mind wandering in primary school children and to determine its association with cognitive performance. A sample of 48 Portuguese children aged 8–11 years engaged in a listening/visual activity, while the frequency of mind wandering was measured using intermittent thought probes. Participants then completed a memory retention test and other cognitive tests. Children reported being engaged to mind wandering 16% of the time. The results indicate a positive correlation between the measure of MW during an ongoing task and the retrospective measure of MW in daily life but there’s no significant association between MW measures and cognitive performance, heart rate, age, or gender. | eng |
dc.identifier.tid | 203934202 | |
dc.identifier.uri | http://hdl.handle.net/10400.1/27573 | |
dc.language.iso | eng | |
dc.rights.uri | http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ | |
dc.subject | Divagação mental | |
dc.subject | Pensamentos não relacionados com a tarefa | |
dc.subject | Crianças com desenvolvimento neuro típico | |
dc.subject | Desempenho cognitivo | |
dc.title | I was thinking about something else: assessing mind wandering in school-aged children | eng |
dc.type | master thesis | |
dspace.entity.type | Publication | |
thesis.degree.grantor | Universidade do Algarve. Faculdade de Ciências Humanas e Sociais | |
thesis.degree.level | Mestre | |
thesis.degree.name | Mestrado em Neurociências Cognitivas e Neuropsicologia |
Files
Original bundle
1 - 1 of 1
Loading...
- Name:
- 65546 Dissertação_ ANDREIA FILIPA CARMO DIAS.pdf
- Size:
- 986.74 KB
- Format:
- Adobe Portable Document Format
License bundle
1 - 1 of 1
No Thumbnail Available
- Name:
- license.txt
- Size:
- 3.46 KB
- Format:
- Item-specific license agreed upon to submission
- Description: