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Authors
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Abstract(s)
Marine Protected Areas (MPAs) are a common tool for conserving and managing marine and coastal ecosystems. MPAs encompass a range of protection levels, from fully protected areas (FPAs) to partially protected areas (PPAs), with restriction of particular activities, gear types or user groups. There is a growing body of scientific evidence supporting the ecological benefits of FPAs, but it is very difficult to generalize about the effects of partial protection, due to their high variability. However, it is critical to determine whether PPAs and FPAs provide similar ecological benefits, since the establishment of FPAs is in some situations a less popular strategy, due to the loss of fishing grounds and local sociopolitical antagonism. For the purpose of conducting a meta-analysis, we synthesized peer-reviewed studies comparing biological measures (biomass and density) of commercially targeted fish species in PPAs relative to FPAs and open access areas (OAs) across the tropical seas, resulting in a database of 33 PPAs. A new categorization scheme was used to group the different types of PPAs according to the extractive activities permitted within their boundaries, into three categories: highly regulated PPAs, moderately regulated PPAs, and weakly and very weakly regulated PPAs. The response to protection was examined in relation to PPA category, age and size. The present synthesis indicates that, overall, tropical PPAs generate greater biological responses in the biomass of targeted fish compared to OAs and demonstrate no significant differences when compared to FPAs. Grouping the PPAs according to uses allowed revealed that areas with highly regulated extraction exhibit greater biomass of targeted fish relative to areas with weakly regulated categories. The density of the targeted fish species did not demonstrate a response to the different protection regimes as strong as the biomass did. Although there was a high degree of variability in the magnitude of responses to protection, the age and size of the PPAs explained some of this variability. Overall, PPAs with limited and well regulated extraction activities may confer benefits and be a valuable conservation management option, especially, in areas where FPAs are not a viable option or in multi-zoning MPAs.
À medida que a população humana aumenta numerosas atividades vão-se concentrando ao longo das zonas costeiras, criando impactos e alterando os ecossistemas costeiros, ameaçando recursos naturais e degradando serviços dos ecossitemas. As Áreas Marinhas Protegidas (AMP) são consideradas ferramentas úteis para a conservação e gestão marinha. As AMP englobam um leque de níveis de protecção, desde áreas totalmente protegidas (ATP) sem atividades extrativas até áreas parcialmente protegidas (APP) com restrições de certas atividades, tipos de artes de pesca ou grupos de utilizadores. Existe um número crescente de evidências científicas que suporta a existência de benefícios ecológicos das ATP, sendo no entanto difícil generalizar esses efeitos para as APP, devido à sua elevada variabilidade. Dado que o estabelecimento de ATP é por vezes difícil devido à perda de locais de pesca e à resistência à sua implementação por motivos sociopolíticos, é crucial determinar qual o tipo de benefícios ecológicos fornecidos pelas APP, como é que se comparam com as ATP e dentro das PPA quais as diferenças que existem dentro de diferentes tipologias. Os planos de gestão das APP dependem das suas metas e dos seus objectivos. Por consequência, para se determinar a eficácia das APP é necessário proceder à caracterização de diferentes tipos de APP, identificando grupos de APP que partilham regras de utilização semelhantes como pré-requisito para aferir a sua eficácia. Surpreendentemente, existem apenas alguns estudos que examinam o potencial de variação de respostas ecológicas associado a diferentes tipos de APP. O presente estudo sintetiza a informação existente na literatura científica, comparando parâmetros biológicos (biomassa e densidade) de espécies-alvo das atividades comerciais em APP relativamente a ATP e áreas fora das zonas de proteção nas regiões tropicais Foram estudadas 33 APP diferentes neste trabalho. Foi utilizada a nova classificação de AMP de Horta e Costa et al. (submitted) para agrupar os diferentes tipos de APP de acordo com as atividades de extração permitidas dentro dos seus limites, em três categorias: APP com extracção fortemente regulada, APP com extracção moderadamente regulada e APP com extracção fracamente regulada. A resposta à protecção foi analisada relativamente à classificação, idade e dimensão da APP. Este estudo indica que as APP criam respostas biológicas mais elevadas na biomassa (log-rácio da resposta de espécies-alvo) de espécies-alvo de atividades comerciais, em comparação com as áreas fora das zonas de proteção ( 𝑅̅ = 0.64 ± 0.31, 95% CI, p < 0.0001, n = 24) e demonstra a ausência de diferenças entre as APP e as ATP ( 𝑅̅ = -0.14 ± 0.32, 95% CI, p = 0.3958, n = 15). No que respeita à densidade de espécies-alvo não se observam diferenças relativamente às áreas fora das zonas de proteção ( 𝑅̅ = -0.13 ± 0.42, 95% CI, p = 0.5457, n = 21) nem às ATP ( 𝑅̅ = -0.12 ± 0.26, 95% CI, p = 0.3786, n= 17). O agrupamento de APP baseado nas suas categorias revelou que àreas com extracção fortemente regulada exibiram uma maior biomassa de espécies-alvo relativamente a àreas com categorias fracamente reguladas. Mais especificamente, a biomassa é duas vezes maior relativamente às áreas fora das zonas de proteção ( 𝑅̅ H-PPAS = 0.68 ± 0.32, 95% CI, p H-PPA< 0.0001, n H-PPAs = 12), enquanto que nas áreas fracamente reguladas a biomassa não é significativamente diferente das áreas fora das zonas de proteção ( 𝑅̅ W-PPAs+ = -0.02 ± 0.36, 95% CI, p W-PPAs+ =0.9329, n W-PPAs+ = 4). A densidade destas espécies não apresentou um efeito claro em relação com os diferentes regimes de protecção, não existindo diferenças significativas quer relativamente às áreas fora das zonas de proteção, quer relativamente às ATP. A eficácia das APPs consoante a sua idade e tamanho é muito variável. A biomassa é positivamente relacionada com a idade quando comparada com as áreas fora das zonas de proteção e negativamente relacionada com o tamanho da APP comparativamente com as ATP. A densidade por seu lado é negativamente relacionada com o tamanho da APP relativamente às áreas fora das zonas de proteção. Em conclusão, este estudo demonstra que as APP podem servir como uma importante ferramenta de conservação e gestão dos ecossistemas marinhos, uma vez que apresentam respostas ecológicas significativas na biomassa de espécies-alvo das atividades comerciais, tal como se observa nas ATP e que são significativamente mais elevadas quando comparadas com àreas fora das zonas de proteção. Em particular, as APP com atividades de extracção fortemente reguladas oferecem benefícios e são uma mais-valia na gestão de ecossistemas marinhos e na sua conservação, particularmente em regiões onde as ATP são difíceis de implementar ou em AMP com zonamentos múltiplos em que as APP são implementadas em conjunto com as ATP.
À medida que a população humana aumenta numerosas atividades vão-se concentrando ao longo das zonas costeiras, criando impactos e alterando os ecossistemas costeiros, ameaçando recursos naturais e degradando serviços dos ecossitemas. As Áreas Marinhas Protegidas (AMP) são consideradas ferramentas úteis para a conservação e gestão marinha. As AMP englobam um leque de níveis de protecção, desde áreas totalmente protegidas (ATP) sem atividades extrativas até áreas parcialmente protegidas (APP) com restrições de certas atividades, tipos de artes de pesca ou grupos de utilizadores. Existe um número crescente de evidências científicas que suporta a existência de benefícios ecológicos das ATP, sendo no entanto difícil generalizar esses efeitos para as APP, devido à sua elevada variabilidade. Dado que o estabelecimento de ATP é por vezes difícil devido à perda de locais de pesca e à resistência à sua implementação por motivos sociopolíticos, é crucial determinar qual o tipo de benefícios ecológicos fornecidos pelas APP, como é que se comparam com as ATP e dentro das PPA quais as diferenças que existem dentro de diferentes tipologias. Os planos de gestão das APP dependem das suas metas e dos seus objectivos. Por consequência, para se determinar a eficácia das APP é necessário proceder à caracterização de diferentes tipos de APP, identificando grupos de APP que partilham regras de utilização semelhantes como pré-requisito para aferir a sua eficácia. Surpreendentemente, existem apenas alguns estudos que examinam o potencial de variação de respostas ecológicas associado a diferentes tipos de APP. O presente estudo sintetiza a informação existente na literatura científica, comparando parâmetros biológicos (biomassa e densidade) de espécies-alvo das atividades comerciais em APP relativamente a ATP e áreas fora das zonas de proteção nas regiões tropicais Foram estudadas 33 APP diferentes neste trabalho. Foi utilizada a nova classificação de AMP de Horta e Costa et al. (submitted) para agrupar os diferentes tipos de APP de acordo com as atividades de extração permitidas dentro dos seus limites, em três categorias: APP com extracção fortemente regulada, APP com extracção moderadamente regulada e APP com extracção fracamente regulada. A resposta à protecção foi analisada relativamente à classificação, idade e dimensão da APP. Este estudo indica que as APP criam respostas biológicas mais elevadas na biomassa (log-rácio da resposta de espécies-alvo) de espécies-alvo de atividades comerciais, em comparação com as áreas fora das zonas de proteção ( 𝑅̅ = 0.64 ± 0.31, 95% CI, p < 0.0001, n = 24) e demonstra a ausência de diferenças entre as APP e as ATP ( 𝑅̅ = -0.14 ± 0.32, 95% CI, p = 0.3958, n = 15). No que respeita à densidade de espécies-alvo não se observam diferenças relativamente às áreas fora das zonas de proteção ( 𝑅̅ = -0.13 ± 0.42, 95% CI, p = 0.5457, n = 21) nem às ATP ( 𝑅̅ = -0.12 ± 0.26, 95% CI, p = 0.3786, n= 17). O agrupamento de APP baseado nas suas categorias revelou que àreas com extracção fortemente regulada exibiram uma maior biomassa de espécies-alvo relativamente a àreas com categorias fracamente reguladas. Mais especificamente, a biomassa é duas vezes maior relativamente às áreas fora das zonas de proteção ( 𝑅̅ H-PPAS = 0.68 ± 0.32, 95% CI, p H-PPA< 0.0001, n H-PPAs = 12), enquanto que nas áreas fracamente reguladas a biomassa não é significativamente diferente das áreas fora das zonas de proteção ( 𝑅̅ W-PPAs+ = -0.02 ± 0.36, 95% CI, p W-PPAs+ =0.9329, n W-PPAs+ = 4). A densidade destas espécies não apresentou um efeito claro em relação com os diferentes regimes de protecção, não existindo diferenças significativas quer relativamente às áreas fora das zonas de proteção, quer relativamente às ATP. A eficácia das APPs consoante a sua idade e tamanho é muito variável. A biomassa é positivamente relacionada com a idade quando comparada com as áreas fora das zonas de proteção e negativamente relacionada com o tamanho da APP comparativamente com as ATP. A densidade por seu lado é negativamente relacionada com o tamanho da APP relativamente às áreas fora das zonas de proteção. Em conclusão, este estudo demonstra que as APP podem servir como uma importante ferramenta de conservação e gestão dos ecossistemas marinhos, uma vez que apresentam respostas ecológicas significativas na biomassa de espécies-alvo das atividades comerciais, tal como se observa nas ATP e que são significativamente mais elevadas quando comparadas com àreas fora das zonas de proteção. Em particular, as APP com atividades de extracção fortemente reguladas oferecem benefícios e são uma mais-valia na gestão de ecossistemas marinhos e na sua conservação, particularmente em regiões onde as ATP são difíceis de implementar ou em AMP com zonamentos múltiplos em que as APP são implementadas em conjunto com as ATP.
Description
Dissertação de mestrado, Biologia Marinha, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade do Algarve, 2015
Keywords
Biologia marinha Áreas marinhas protegidas Ecossistemas marinhos Categorização Efetividade