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Retórica e antirretórica nas farpas queirosianas

datacite.subject.fosCiências Sociais::Ciências da Comunicaçãopt_PT
dc.contributor.advisorFerré, Pedro
dc.contributor.authorTrindade, Jorge Francisco Martins
dc.date.accessioned2019-02-20T14:19:00Z
dc.date.available2019-02-20T14:19:00Z
dc.date.issued2018-10-29
dc.date.submitted2018
dc.description.abstractAs Farpas, na sua qualidade de projeto de matriz realista, reclamam um vínculo identitário à verdade e assumem uma forte oposição à retórica – alistando-se, deste modo, num antagonismo histórico entre estas duas entidades, que remonta a Platão mas que se agudiza a partir do século XVI. Na perspetiva de Eça, a retórica é nociva na medida em que distorce a relação de correspondência ideal entre a palavra e o mundo. As Farpas assumem, por isso, a missão de denunciar e retificar diversas manifestações de manipulação da linguagem – isto é, de distorção das condições de perceção da realidade –, nomeadamente aquelas que, provindo de entidades cuja voz tem uma repercussão social acrescida (a política, a religião, a literatura, a imprensa), ilustram de modo especialmente crítico a degradação do espaço público discursivo. Reclamando As Farpas o estatuto de voz emergente da razão e dirigindo-se estas a um auditório virtualmente universal, o seu território de intervenção deveria ser, em princípio, o da argumentação racional e não o da retórica. Mas embora Eça se empenhe em reforçar o aparato lógico dos seus textos, em particular sinalizando essa vertente, isso traduz acima de tudo a adesão a uma ideologia da racionalidade, mais do que uma vinculação ao domínio de uma argumentação lógica em sentido estrito. As farpas queirosianas mobilizam uma série de movimentos argumentativos enquadráveis na categoria perelmaniana dos argumentos quase lógicos, em especial aqueles vocacionados para a identificação e desmontagem de casos de contradição; no entanto, esses dispositivos não só não excluem o recurso a expedientes apontados às instâncias afetivas do leitor, como por vezes se encontram eles próprios investidos de um estatuto ambíguo. A abordagem do registo humorístico, um aspeto incontornável do perfil comunicacional destes textos, consolida a tese de que o discurso d’As Farpas tende a explorar recursos alternativos à argumentação e a instalar-se em zonas tingidas de uma notória ambiguidade.pt_PT
dc.identifier.tid101607644pt_PT
dc.identifier.urihttp://hdl.handle.net/10400.1/12351
dc.language.isoporpt_PT
dc.rights.urihttp://creativecommons.org/licenses/by/4.0/pt_PT
dc.subjectRetóricapt_PT
dc.subjectArgumentaçãopt_PT
dc.subjectImprensa portuguesa do Século XIXpt_PT
dc.subjectRealismopt_PT
dc.subjectHumorpt_PT
dc.titleRetórica e antirretórica nas farpas queirosianaspt_PT
dc.typedoctoral thesis
dspace.entity.typePublication
rcaap.rightsopenAccesspt_PT
rcaap.typedoctoralThesispt_PT
thesis.degree.grantorUniversidade do Algarve. Faculdade de Ciências Humanas e Sociais
thesis.degree.levelDoutor
thesis.degree.nameDoutoramento em Comunicação, Cultura e Artespt_PT

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