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O Algarve ocupa os capítulos finais do livro Os Pescadores (1923) de Raul Brandão, rematando um itinerário atlântico que começara no lugar saudoso da sua infância perdida, a Foz do Douro. A exuberância das gentes e lugares algarvios estimulam-lhe o cromatismo plástico e sinestésico, transfigurando a paisagem contemplada num quadro interior, habitado de lembranças e sensações pessoais. Entre a luz e o mar, a brancura das açoteias de Olhão enquadra a agitação da vida, das dores e da labuta dos pescadores e suas mulheres. Seguem-se o copejo ensanguentado do atum, em Tavira e no arraial da Ponta da Baleeira, e o caminho para Barlavento, rumo ao mágico promontório de S. Vicente.
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Literatura de viagens Paisagem Raul Brandão Crónica Dieta mediterrânica