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Abstract(s)
O contexto português do sistema de proteção à infância tem vindo a ser objeto de
alterações profundas. De uma perspetiva assistencial baseada no défice evoluiu para formas de
atuação muito mais positivas, preventivas e direcionadas para fortalecimento e preservação
familiar. As famílias em situação de risco psicossocial constituem um grupo heterogéneo ainda
pouco investigado em Portugal, com o qual os serviços se deparam cuja compreensão das
circunstâncias contextuais e dinâmica familiar se revelam fundamentais, na medida em que a
eficácia das intervenções depende da adequação às necessidades destas famílias.
Na presente investigação foram analisadas as características de 247 famílias da
população em geral, 131 famílias acompanhadas pelas Comissões de Proteção de Crianças e
Jovens (CPCJ) da região do Algarve e entrevistados 21 profissionais que exerciam funções de
técnicos coordenadores dos processos na respetiva instituição. Utilizámos o inventário de
Situações Estressantes e de Risco, a entrevista estruturada de Apoio Social de Arizona, a escala
de Apoio Social para Situações Vitais Estressantes, a escala da Coesão e Adaptação Familiar, a
escala de Comunicação Familiar, a escala de Competências Parentais Percebidas, o questionário
de Saúde Geral (GHQ 28), as escalas de Bem-estar Infantil, o questionário de Perceção de Risco
pelos Profissionais e um questionário de dados sociodemográficos e familiares.
As famílias em situação de risco apresentaram um perfil psicossocial caracterizado por
baixo nível educativo, elevada precariedade económica, profissional e também um nível de médio
de risco. Estas famílias evidenciaram índices mais elevados de acontecimentos de vida
stressantes com elevado impacto emocional do que as famílias normativas. As famílias em risco
reportaram uma necessidade mais elevada e significativa em todos os tipos de apoio do que as
famílias normativas, em especial a nível emocional. A idade da criança, o tipo de trabalho, os
acontecimentos de vida stressantes e de risco constituíram os preditores mais significativos da
saúde mental dos pais. A idade, o sexo da criança e a saúde mental dos pais revelaram-se os
preditores mais robustos do bem-estar infantil.
Foram discutidos os principais fatores de risco e de proteção, necessidades de apoio e de
intervenção a ter em consideração pelos profissionais dos distintos serviços que conduzam à
implementação de projetos, programas de intervenção e desenvolvimento de políticas sociais
eficazes, com vista à promoção e proteção efetiva da infância e famílias.
Description
Keywords
Famílias em risco psicossocial Acontecimentos de vida stressantes e de risco Funcionamento familiar Competências parentais percebidas Apoio social e bem-estar
