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O sobreiro (quercus suber L.) é uma quercínea, pertencente à família Fagaceae e encontra-se disseminada, de forma espontânea, por países de clima mediterrânico, estendendo-se da Península Ibérica ao sul de França, Itália e Norte de África (Marrocos, Argélia e Tunísia). Esta árvore apresenta uma longevidade que
pode atingir os 300 ou mais anos e é bastante valiosa, devido à extração da sua casca, a cortiça, um produto natural de grande importância na indústria dos vedantes, isolamentos e outras novas aplicações, como o vestuário e os acessórios.
As florestas de sobreiros constituem um ecossistema muito particular e de delicado equilíbrio. Portugal é o país que se orgulha de possuir a maior extensão de sobreiros do mundo, concentrando aproximadamente 34% da área mundial destas florestas, correspondente a uma superfície de 736 mil hectares e de 23% da floresta nacional (Apcor, s.d.). Neste contexto, o sobreiral algarvio define um vasto ecossistema, bastante rico em fauna e flora, constituindo uma zona abrigada e de dinâmica favorável ao desenvolvimento de um sem número de espécies.
Os modelos de ocupação do solo que se designam por “montado de sobro” e por “sobreiral” são distintos. O “montado” é um sistema agro-silvo-pastoril, constituído por um sistema agro-florestal aberto, definido por uma baixa densidade de árvores, no qual o sub-bosque original foi substituído por pastagens permanentes
ou culturas agrícolas em regime de rotação. Corresponde a latifúndios com monoculturas e pastoreio do gado em regime extensivo, que se encontram localizados essencialmente no Alentejo e na Estremadura espanhola.