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  • Contributo para o estudo do futurismo no Algarve: o caso da coluna de poesia - gente nova – futurismo
    Publication . Vargues, João
    O início do século XX assistiu ao irromper de um novo espírito que suscitou toda uma série de questionamentos ao nível da sustentabilidade dos sistemas que até aí haviam presidido a constituição das estruturas pessoais e sociais na cultura ocidental. A esfera artística assumiu-se como um dos principais agentes neste campo, partindo do quadro de uma reflexão marxista sobre os elementos estruturais que originaram as elaborações sociais próprias às sociedades marcadas pela massificação e pelo capitalismo. Formulando a proposta da criação de uma nova ordem, a ser realizada pela invasão da experiência da arte na vida quotidiana, a vanguarda artística procurou a profunda alteração dos meios de conhecimento, em prol de uma refundação dos alicerces sociais, contestando as estruturas estabelecidas ao nível dos regimes políticos, das elaborações sociais e dos sistemas ideológicos. Esta influência percorreu de lés a lés o território europeu, desmultiplicandose em diversas estéticas, das quais se destaca, pela precocidade, o futurismo. O acolhimento deste, em Portugal, marca indelevelmente o horizonte da produção literária, simultaneamente desviando e entronizando-se no percurso que o universo simbolista-decadentista definira a partir de uma vivência de crise finissecular. O período que dista entre as revistas literárias Orpheu e Portugal Futurista baliza o espaço de tempo em que o futurismo se fez sentir com maior intensidade na arte portuguesa. Entre 1915 e 1917, as principais manifestações futuristas, inspiradas nos focos de irradiação transpirenaicos, evoluem enquanto projecto, pela mão do grupo que iniciara Orpheu.
  • Vigilância e memória: IV série da nação Portuguesa (1927-1928)
    Publication . Oliveira, A. Paulo Dias
    Em virtude do golpe de 28 de Maio de 1926 e da ditadura nacional que foi o seu efeito mais imediato, o Integralismo Lusitano, com a sua implícita adesão à situação, entrou num período de “acalmia” que se vai reflectir em toda esta série da Nação Portuguesa. Podemos inferir que esta quarta porção abarca, sendo que se trata de uma mera hipótese, visto que os três primeiros números não se encontram datados, o final de 1926 (Dezembro?) ou início de 1927 (Janeiro?)1 e se prolonga até Maio de 1928, data do derradeiro número. Nessa ordem de ideias, o “editorial” do número inaugural declara que o movimento do Integralismo Lusitano se encontra alheado de “todos os debates de política imediata”2 e afastado de todas as intrigas políticas, acrescenta o último3. No entanto, não declinam a tarefa de procurar analisar e “orientar no seu mais elevado sentido a política nacional”. Por outro lado, não podemos deixar de suspender o juízo por uns instantes, epochê é o termo técnico, para salientar o nome desta peça inaugural deste quarto andar do edifício: Vigília de Armas. Vigília significa estar acordado, não dormir no posto, estar vigilante, associando o vocábulo a material bélico deduz-se que se trata de uma vigilância activa. Pode-se concluir que a afirmação redundaria na ilação de que para o Integralismo Lusitano a ditadura nacional parecia ser um bem, desde que se estivesse precavido e atento, porém, se a situação degenerasse, as armas teriam uso de novo ou, então, hipótese também pertinente, as armas soariam em defesa do regime.
  • Da constante rectificação mental: III série da nação Portuguesa (1924-1926)
    Publication . Cordeiro, José Manuel
    Foi isto a Nação Portuguesa da terceira série. Volvidos dez anos desde a primeira série, o Integralismo Lusitano da terceira série1 da “Nação Portuguesa – Revista de Cultura Nacionalista” 1924- 1926 parece assumir-se, logo de início, como uma força de crítica às "esquerdas" e às "direitas" e apregoa-se, tendo em consideração as posições desde sempre assumidas, como um movimento da extrema-esquerda. Extrema-esquerda! - eis uma novidade a carecer de futuro esclarecimento e que encerra alguma perplexidade para quem tenha tido o Integralismo Lusitano como uma mera corrente de e da direita nacionalista. Esta posição surge num texto de crítica à democracia, ao republicanismo, ao sufrágio universal, entre outros antis, e insere-se num contexto mais global sendo parte da secção da Crónica Política, da autoria de Augusto Costa. Não podemos deixar de ter este texto em consideração, não só pelo facto da direcção da revista saber muito bem o que publicar e o que assumir, como revela uma atitude dos "integralistas/nacionalistas" desta corrente do Integralismo Lusitano - dizemos desta corrente porque tinha-se já dado a primeira cisão entre "monarquistas" e entre estes e "integralistas", aliás, posição reassumida por Nuno de Montemor (Padre Joaquim Augusto Alvares de Almeida, 1881-1964) quando afirma que “um integralista, quando o é de verdade, tem o direito de olhar, superiormente, todos os que o não são, e por amor da causa que defende – nunca por vaidade – assiste-lhe a obrigação de se afirmar e de não transigir, ainda que seja com um monarca…”, in“Conversando com um Ministro” (pp. 199-207).
  • História e ideologia no estado novo – A revisão integralista do passado nacional
    Publication . Grilo, Márcia
    O presente artigo, intitulado “história e ideologia no estado novo – a revisão integralista do passado nacional” foi o tema por mim escolhido para a elaboração da minha tese de licenciatura no curso de património cultural, onde pretendo demonstrar que a cultura e a história não são assim tão passivas e apagadas da vida de uma sociedade. Muitas pessoas colocam em questão o real valor do conhecimento da história e por diversas vezes, ao questionarem o curso universitário que frequento, obtendo a resposta orgulhosa de que é património cultural, relacionado com todo o pensamento e acção do homem através da sua existência ao longo dos séculos, entrando assim nos domínios da história da arte, arqueologia, antropologia e história da cultura, cujo objectivo do mesmo curso é preservar essa memória, essa identidade, e dar a mostrar às pessoas o que foram outros tempos anteriores aos nossos que, embora parecendo nada ter a ver com os tempos que decorrem mas que na realidade foram decisivos para os mesmos, a reacção é, na grande maioria dos casos, semelhante. Um certo ar de descrença, perguntando-me com o olhar “se ainda fosse medicina… que utilidade tem a cultura a não ser satisfação pessoal do intelecto?”. O que não compreendem é que não é ser-se erudito que importa. O importante é o uso que podemos e devemos dar a esse mesmo conhecimento, em que perceber as relações entre épocas passadas e a nossa nos fazem compreender o mundo de hoje. Nada se pode compreender sem primeiro se estabelecer uma relação entre os factos, pois acções implicam consequências, que por sua vez irão gerar outras acções e outras consequências e, sendo a História um processo contínuo onde tudo está relacionado e interligado, (inclusive as “rupturas” históricas, que também fazem parte desse mesmo processo de continuidade), é ela quem melhor nos pode ajudar a responder ao “porquê” de muitas coisas e a encontrar o melhor caminho de as resolver.
  • Retábulos do Antigo Convento de Jesus em Setúbal
    Publication . Afonso, Patrícia
    O presente artigo surge no âmbito da dissertação de mestrado em História da Arte – especialização em História da Arte Portuguesa – “O Retábulo em Setúbal” e tem como objeto de estudo os retábulos do antigo convento de Jesus. Dotado de uma larga disponibilidade financeira, o antigo convento de Jesus era dos mais abastados de Setúbal, contando desde os anos da sua fundação com o patrocínio da família régia. As diversas campanhas de obras realizadas ao longo dos séculos tornaram-no num dos mais célebres e luxuosos edifícios de Setúbal. Ao nível da retabulística, o conjunto apresentado merece especial destaque pela diversidade e pelas suas características e especificidades, únicas no panorama artístico de Setúbal.
  • Igreja do antigo convento de Santa Teresa dos Carmelitas descalços de Luanda
    Publication . Rodrigues, Helder
    Um estudo sistemático da arquitectura das ordens religiosas nos países que incorporam o império português, nos séculos XV a XIX, que tenha em conta a história particular de cada um dos conventos e igrejas e que considere os edifícios por si, através do seu remanescente ou daquilo que a documentação sobre eles permite inferir, encontra-se ainda por fazer. Porquê, então, investir num estudo monográfico sobre a arquitectura do antigo convento de Luanda? A resposta encontra-se na valia que o templo em questão tem para a compreensão da expansão do barroco português no mundo. Dediquei o primeiro capítulo à breve história da ordem dos carmelitas descalços em Portugal, seu desenvolvimento e diáspora. O segundo capítulo foi dedicado à igreja do antigo convento de Santa Teresa de Luanda, objecto desta pequena monografia como receptáculo de um conjunto de géneros artísticos em desenvolvimento nos finais do século XVII, tornando-a num marco do barroco português em África. O acesso à documentação, além de escassa, nunca foi fácil de consultar, quero, no entanto, agradecer a Susana Pedroso que gentilmente se disponibilizou a fotografar a igreja.
  • O espaço nas igrejas dos conventos das clarissas da província dos Algarves
    Publication . Valente, Teresa
    O reconhecimento da importância do estudo de tipologias na história da arte e, mais especificamente, na história da arquitectura1, enquadra investigações como a presente, sobretudo quando se pretende ultrapassar o critério monográfico e desenvolver uma pesquisa factual de cariz experimentalista, com enfoque nas tipologias como instrumento funcional de trabalho, de forma a entender como foram verificadas ou não, lógicas de construção. Neste pressuposto, seleccionámos as igrejas de conventos femininos - o objecto – da Ordem de Santa Clara – o cliente e o programa - da Província dos Algarves - o contexto geográfico mais especificamente, os conventos3 de: Nª Sª da Conceição em Beja, Jesus em Setúbal e, Madre de Deus em Xabregas - que denominámos de, antecedentes ou pré-existentes, por terem sido integrados na Província dos Algarves à data da sua criação; Chagas em Vila Viçosa; Nª Sª da Assunção em Faro; Nª Sª da Esperança em Vila Viçosa; Stª Helena do Monte do Calvário em Évora; Nª Sª de Aracoeli em Alcácer do Sal; Nª Sª da Quietação ou Flamengas em Alcântara; e, Servas de Nª Sª em Borba - com igrejas concluídas após a criação da Província dos Algarves.
  • Práxis em arqueologia da arquitectura
    Publication . Ramalho, Maria de Magalhães
    Apesar das dificuldades sentidas por todos, julgamos poder afirmar que estão criadas algumas das condições que consideramos fundamentais para que a afirmação da Arqueologia da Arquitectura comece a ter alguma expressão em Portugal. Ao longo dos últimos anos é notória a crescente preocupação dos arqueólogos que habitualmente intervêm em património arquitectónico da importância de se realizarem registos prévios e posterior análise ao nível da estratigrafia muraria. Convêm referir que muitas vezes também essa preocupação/necessidade surge como resultado da solicitação das instituições que gerem o património - IGESPAR e Direcções Regionais de Cultura. Importa lembrar que foi por iniciativa do antigo Instituto Português de Arqueologia que se começou a exigir, tanto nas intervenções arqueológicas integradas em acções de reabilitação de imóveis, como nos trabalhos resultantes da implementação de medidas de minimização de projectos sujeitos a Avaliação de Impacte Ambiental, a aplicação da arqueologia dita de cota positiva, com a necessidade de registo e análise do edificado, abertura de sondagens parietais etc. Apesar disso não foi possível, até ao momento, estabelecer uma proposta de princípios básicos de actuação que, de algum modo, pudesse servir de orientação às equipas a quem é exigido esse tipo de intervenção, criando assim alguns obstáculos e equívocos.
  • Arqueologia da Arquitectura: perspectivas metodológicas
    Publication . Santos, Raquel
    O trabalho aqui apresentado resulta da dissertação de mestrado subordinada ao tema “Arqueologia da Arquitectura. Perspectivas metodológicas”, defendida na Universidade do Algarve em Fevereiro de 2011. Pretendia-se acima de tudo, contribuir para a difusão, desenvolvimento e consolidação desta disciplina em clara expansão, que se crê fundamental para o estudo e conhecimento do património edificado, um objectivo que serve também o presente artigo, onde se sistematiza a metodologia aplicada em diferentes contextos. Pretendeu-se elaborar um ponto da situação dos conhecimentos actuais na área da Arqueologia da Arquitectura (AA), definindo-se o seu conceito, as disciplinas acessórias e a metodologia aplicável. Recolheram-se exemplos de metodologia especialmente desenvolvida para intervenções no âmbito da AA, tanto em Portugal como no estrangeiro, observando as suas vantagens bem como a sua aplicabilidade a casos diversos. Estes dados, em conjunto com a análise de dois casos de estudo, permitiram a criação de um modelo metodológico de trabalho, baseado nas metodologias implementadas, seus problemas e mais-valias, adaptações sofridas pelo método de trabalho consoante o tipo de sítio e/ou intervenção e suas condicionantes específicas.
  • Reis de Társis, viajantes gregos e o ideal monumental de cidade entre os autores portugueses modernos
    Publication . Patrocínio, Manuel F. S.
    Em períodos pré – científicos do conhecimento historiográfico, a perspectivação do passado apoiava-se em dois modos críticos, fosse na atenção conferida às fontes greco-latinas, base de erudição que se configurou na grande fase cultural de tradição humanística de sécs. XVI-XVIII, fosse na atenção dirigida aos vestígios materiais, a que esteve subjacente o sentido de monumento e de monumentalidade. Emergia em resultado e enquanto apreciação do passado, a apresentação de ideias e descrições que traziam consigo modelos figurativos, próximos, na verdade, ao exercício imaginativo, comportando as definições eminentemente visuais que se transformavam rapidamente em estereótipo e em imagem do Antigo, ainda que buscando o seu fundamento no vestígios materiais. Do passado antigo, recolhiam-se modelos, de base literária que, para todo o decurso da influência humanista entre os autores portugueses, se cruzavam com o sentido de moderno, tal como se veio a estabelecer com os pressupostos da cultura do Renascimento.