PMT-N10
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Recent Submissions
- Materiais cerâmicos pré-romanos provenientes do sítio da Bela Fria (Tavira)Publication . Covaneiro, Jaquelina; Cavaco, Sandra; Freitas, Vera Teixeira deO sítio da Bela Fria situa-se na face norte da colina de Santa Maria. Recentes trabalhos arqueológicos realizados no local permitiram a identificação de um arrabalde almóada, sendo ainda de destacar a identificação de vestígios de ocupação que remontam ao Bronze Final. É possível que tenha havido escorrência de materiais cerâmicos para a área onde foi identificado o arrabalde, o que explicaria a presença destes materiais no local em análise. Embora tenham sido identificados no decurso da escavação de níveis islâmicos, os materiais cerâmicos alvo deste estudo apresentam uma cronologia mais antiga, integrando-se na já conhecida ocupação sidérica de características orientais. Destes destacamos as ânforas, a cerâmica de engobe vermelho, os pithoi e a cerâmica cinzenta, apresentando-se de um modo geral, muito fragmentados e rolados, sendo frequente a presença de concreções de carbonatos.
- O “centro histórico” de Silves – limites e abordagensPublication . Valente, TeresaCada lugar detém características específicas, particularidades, que determinam diferentes formas de conformação dos espaços urbanos e respetivos modos de fruição. Aliados a estas condicionantes naturais, outros fatores como, a vocação, os materiais e técnicas disponíveis, local e temporalmente bem como, a ocupação territorial decorrente do processo de crescimento e vivência, vão originar a cidade, que apesar dum todo, não deixa de manter visíveis e materializadas em áreas urbanas distintas, as especificidades identitárias dos diferentes momentos da sua evolução. Na realidade, a cidade é um conjunto de testemunhos daquilo que foi sendo a sua sedimentação, facilmente reconhecidos nos diversos ―centros ou bairros históricos‖, ―baixas comerciais‖, ―zonas industriais‖, ―bairros residenciais‖, ―subúrbios massificados ou de luxo‖ e, ―interstícios rurais‖, que se articulam entre si, no quadro de dinâmicas urbanas de complexidade reconhecida.
- Evolução urbana de OlhãoPublication . Romba, SandraEvolução urbana de Olhão é o título do presente artigo. Serve o mesmo para dar a conhecer e evidenciar o papel de cada uma das áreas urbanas que se foram desenvolvendo em Olhão a partir do séc. XVIII. Pretende-se expor uma abordagem da morfologia urbana que foque sobretudo a questão espacial mas também que vá ao encontro de alguns aspetos estruturais relacionados com a habitação. Para entender o processo de formação e evolução do núcleo urbano de Olhão adotei a seguinte metodologia: desenvolvi um trabalho de início de cariz teórico que compreendeu o levantamento de bibliografia diversa e genérica, mais precisamente enciclopédias, obras de geografia, guias e alguns artigos escritos por Antero Nobre, Francisco Fernandes Lopes e Alberto Iria. Obtida uma ideia genérica acerca do tema e passados alguns meses no Arquivo Histórico Municipal de Olhão, o local mais indicado para tentar compreender as políticas urbanas municipais pude, por fim, recolher um conjunto de dados importantes acerca de uma série de obras de reestruturação urbana, tais como, a construção e o alinhamento de casas, pedidos de terrenos, edificação das mais diversas obras públicas, calcetamento e reparação de estradas. Os dados recolhidos referem-se a grande parte da área urbana edificada de Olhão de finais do séc. XVIII (data a que remonta a documentação mais antiga encontrada no arquivo) até às primeiras décadas do séc. XX (data imposta por mim que corresponde à edificação dos atuais mercados).
- Considerações sobre a edificação urbana de Faro no final do século XVIIIPublication . Rodrigues, TâniaVários foram os estudos que surgiram sobre a cidade de Faro. Sobre diferentes temas e perspetivas e em diversas cronologias, uns mais específicos, outros mais abrangentes, nenhum abordou diretamente a questão da casa corrente urbana. É essencialmente sobre este tema que tratará o presente artigo. Propomonos tecer algumas considerações acerca da edificação corrente farense de finais do século XVIII, até agora pouco explorada. Os trabalhos dedicados à temática têm, em Portugal, focado sobretudo o espaço urbano medieval. No caso concreto da região algarvia os estudos incidem regra geral sobre núcleos que ainda mantém relativamente preservadas as suas características originais, o que não se verifica na cidade de Faro. No conjunto urbano atual reconhecemos o quarteirão, o lote e até a casa nobre do Antigo Regime, mas não a casa corrente. Essa perdeu-se com o tempo. Recuperaremos o casario corrente farense a partir das descrições constantes no tombo dos bens imóveis do concelho de 1794/952. Fonte repleta de informação que o tempo e o homem apagaram, permitiu-nos, a partir de uma análise aturada dos dados recolhidos, reconstituir uma outra realidade esvanecida da cidade de Faro dos finais de setecentos.
- A estrutura urbana de Castro MarimPublication . Pires, Osvaldo; Pires, PedroOs vestígios da ocupação humana em Castro Marim remontam ao final da Idade do Bronze (séc. IX a.C.) e início da Idade do Ferro (séc. VIII a.C.) na colina onde está implantado o castelo medieval. Este cerro, situado na margem direita do rio Guadiana, dispõe de condições naturais de defesa pela sua forma escarpada e circular, elevada 32 metros acima do nível médio das águas do mar. Além da boa visibilidade sobre o território envolvente, existem outros fatores como a abundância de recursos agrícolas e marinhos, ou a facilidade de navegação e da prática do comércio, que terão contribuído para a fixação de povos neste local considerado, deste muito cedo, como um ponto estratégico na região. Embora nos nossos dias o “cerro do castelo” se encontre rodeado por terra firme e zonas de sapal, com o rio afastado do bairro da Ribeira, Frei João de S. José refere, no século XVI, que as águas do rio chegavam perto das muralhas do castelo, deixando Castro Marim como uma península ligada a terra apenas por um estreito istmo a oeste. Na segunda década de seiscentos o engenheiro militar Alexandre Massai informa-nos que o comércio no cais da Ribeira ainda permanece ativo, mas na referência que faz já menciona as dificuldades da navegação nos esteiros, apesar de ainda acostarem no porto "naus de 100 toneladas a tomar o sal que ali há”.
- A evolução urbana de LagosPublication . Pereira, DanielaLagos foi a vila (e depois cidade) do Reino do Algarve que mais se desenvolveu entre os séculos XV e XVI. Durante o período dos Descobrimentos e Expansão Marítima, deteve a Casa de Arguim e a Casa da Guiné, que testemunham o comércio que se mantinha com a costa africana ocidental. Esta importância económica deve-se, em muito, à sua posição geográfica. A circulação de bens (escravos e especiarias) atraiu a pirataria, tornando-se, por isso, imperioso a construção de uma estrutura fortificada que fosse capaz de defender a povoação de quaisquer investidas inimigas. De todo o Algarve, é a primeira vila a ser totalmente provida com extensos muros abaluartados, plenamente adequados às armas de fogo da época. Paralelamente à dealização e construção da nova fortaleza determinaram-se as principais artérias do novo espaço intramuros, tendo em vista a articulação entre os elementos urbanos existentes e as portas da fortificação. A determinação entre o espaço público e o espaço privado permitiu controlar simultaneamente a estrutura urbana que surgiu posteriormente, impedindo um desenvolvimento desorganizado. Em linhas gerais, estes foram os momentos que mais influenciaram o desenvolvimento, expansão e transformação do espaço urbano de Lagos. O presente texto tem como principal objetivo apresentar a evolução urbana de Lagos associada, sempre que possível, aos fatores que fomentaram as várias fases da formação do espaço urbano.
- Restauração e imprensa no Algarve (1808-1811): um impressor, a independência de duas naçõesPublication . Palma, Patrícia de JesusA história da tipografia em Portugal teve no Algarve um dos seus berços. Em Faro, a 9 de Tamuz de 5247 (30 de Junho de 1487), Samuel Gacon acabou de imprimir o Pentateuco, iniciando uma considerável marcha de produções tipográficas sob mão hebraica, que se expandiu por outros núcleos judaicos, nomeadamente, em Lisboa e em Leiria. Contudo, a expulsão da comunidade judaica, por decreto de 1496, determinou, para a região, o fim da sua epopeia artístico-tipográfica. Nos séculos seguintes, a actividade circunscreveu-se a Lisboa, Évora, Coimbra, Porto e Braga e o impresso passou a ser encarado, sobretudo nos séculos XVII e XVIII, como referem João Luís Lisboa e Tiago Miranda: «como melhor forma de conservar a memória das obras e marcar uma vantagem social». A inexistência da oficina tipográfica local não correspondeu, bem entendamos, à impossibilidade de aceder aos textos impressos; mas, não facilitou.
- A formação do sistema conventual da cidade de FaroPublication . Marado, Catarina AlmeidaO presente artigo decorre de uma palestra realizada no VIII Curso Livre de História do Algarve que consistiu numa reflexão acerca da participação dos espaços conventuais no desenvolvimento urbanístico da cidade de Faro. Nessa ocasião este tema foi abordado dentro de um vasto espaço temporal, que se estendia do século XVI até à atualidade. Considerando que parte dessa intervenção incluiu um trabalho já publicado1, relativo ao período pós-extinção das ordens religiosas, este texto centrar-se-á apenas no momento anterior e terá como objetivo analisar o processo de formação do sistema conventual da cidade e a sua relação com a estrutura urbana. A cidade de Faro, apesar de ter tido apenas quatro conventos, constitui um importante caso de estudo para a compreensão do papel que estes edifícios tiveram nas cidades portugueses. A planta conhecida como “A urbanização das hortas” (Fig.1) demonstra-o claramente. Neste documento podemos ver que o plano de expansão da cidade no início do século XX consistiu, numa primeira fase, no preenchimento dos “vazios” que permaneciam no seu interior, parte deles constituídos pelas antigas hortas conventuais. Após a extinção das ordens religiosas, os espaços conventuais serviram não só para a instalação de novos equipamentos, mas também para a construção, programada e desenhada, de novos bairros dentro da cidade consolidada, apresentando um importante contributo para a “renovação” da cidade na transição do século XIX para o XX. Este fenómeno, evidente no caso de Faro, inscreve-se na sequência de acontecimentos urbanos que marcaram as cidades portuguesas deste período.
- O retábulo no mundo português: tipologias e modelos compositivosPublication . Lameira, FranciscoNeste breve ensaio debruçamo-nos sobre dois aspectos pouco analisados no estudo do património retabular no mundo português. É possível abordar esse espólio, outrora de grande relevância religiosa e artística, tendo em conta dois conceitos operativos: as tipologias e os modelos compositivos. Por tipologias entendemos o agrupamento de retábulos de acordo com algumas características morfológicas, a seguir referenciadas: a sua estruturação ou composição arquitetónica, nomeadamente através da relação corpo(s)/tramo(s), apresentando o conjunto destas conjugações nove tipologias possíveis (um corpo – um tramo, um corpo – três tramos, um corpo – cinco tramos, dois corpos – um tramo, dois corpos – três tramos, dois corpos – cinco tramos, três corpos – um tramo, três corpos – três tramos e três corpos – cinco tramos); o seu prolongamento por áreas afins, em três tipologias diferentes: no primeiro caso a parede testeira da capela-mor é preenchida por três retábulos, apresentando o principal estreitas relações com os dois retábulos colaterais; na segunda situação os dois retábulos fronteiros ao arco triunfal estão unidos entre si através do revestimento parcial do frontispício e na terceira situação, através da criação de um contorno exterior que preenche estruturas próximas, a maior parte das vezes o intradorso e parte do frontispício de capelas pouco profundas e finalmente a sua restrição a determinados elementos compositivos, a saber, os baldaquinos e os tronos piramidais.
- Centro Histórico de Vila Real de Santo António: passado, presente e futuroPublication . Fidalgo, Andreia; Grilo, Márcia; Santos, MarcoO presente artigo tem como objetivo a apresentação e análise crítica de algumas das principais problemáticas que afetam, hoje em dia, o centro histórico da cidade de Vila Real de Santo António, isto é, o conjunto edificado correspondente ao núcleo de fundação pombalina. Nesse âmbito, e num primeiro momento, será apresentada uma breve resenha histórica relativa à fundação da vila (lembrando os propósitos que estiveram na génese da iniciativa), após a qual se fará uma descrição formal da sua matriz urbanística. Seguidamente, serão abordadas, numa perspetiva cronológica, algumas questões técnicas relacionadas com o núcleo histórico em causa, nomeadamente as relativas à sua delimitação física, ao processo legislativo que culminou com a garantia da sua proteção legal ou à criação de uma equipa multidisciplinar, constituída por técnicos especializados dedicados às questões da reabilitação urbana e valorização do centro histórico. Por último, e com todas as dificuldades inerentes à tarefa, será apresentada uma perspetiva em relação àquilo que é, a partir da situação atual, a expectável evolução do centro histórico de Vila Real de Santo António, dando especial relevo à necessidade de continuar a adotar estratégias e metodologias já anteriormente experimentadas com sucesso, e de apostar, cada vez mais, na sensibilização e na mobilização das autoridades locais e da população civil para a indispensabilidade de salvaguardar um conjunto edificado de características únicas.