Loading...
3 results
Search Results
Now showing 1 - 3 of 3
- Diálogo em Setembro e a projecção da figura de escritor em Fernando NamoraPublication . Carmo, Carina Infante do; Morão, PaulaDiálogo em Setembro (1966) é uma charneira na obra de Fernando Namora. Não apenas põe em causa a forma romanesca como mescla na prosa narrativa os traços ensaístico, autobiográfico e ficcional.
- Recapitular um gesto antigo, estender as mãos em frentePublication . Carmo, Carina Infante doEste texto faz a recensão crítica do volume III de Contra Todas as Evidências. Poemas Reunidos (Lisboa, Avante!, 2015), de Manuel Gusmão.
- A militância melancólica ou a figura de autor em José Gomes FerreiraPublication . Carmo, Carina Infante doA obra em prosa e em poesia de José Gomes Ferreira (1900-1985) configura um edifício autobiográfico que tem por centro um sujeito-autor, a recontar a sua narrativa de vida e a delinear um auto-retrato de artista, sempre inacabado. Nesse sentido, pertence à modernidade literária pós-Pessoa, conhecendo a fundo a cultura poética oitocentista em que cresceu e absorvendo, mais tarde, o legado modernista, em diferentes expressões artísticas. Quer isto dizer que o autor em estudo exemplifica, com propriedade, a não-linearidade do tempo histórico, situado na encruzilhada de diversas vozes e movimentos literários do século XX. O seu trabalho autobiográfico combina a consciência do artefacto literário e a vontade de assegurar a sobrevivência do nome e da obra, contra o esquecimento. Esta persona autoral confirma um conceito não biografista de autor, ou seja, encarna uma máscara excêntrica que abriga um ser feito de linguagem, ao mesmo tempo, actor e encenador na cena da escrita. O aparente oxímoro da militância melancólica determina-lhe, entretanto, a forma como compõe a vida, as auto-imagens e a voz, e nelas cruza a memória pessoal e a consciência social. O poeta-autobiógrafo inscreve-se no espaço da cidade, na sua história e na experiência quotidiana dos homens. Ainda assim, a clave realista da sua representação contempla a criatividade metafórica, a ironia e a construção de realidades alternativas. São elas, afinal de contas, as margens da melancolia onde José Gomes Ferreira se posiciona para reflectir sobre si e sobre o mundo.