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  • Ambiguidades de eimi no Eutidemo de Platão
    Publication . Nogueira, Adriana
    Esta comunicação irá apresentar dois tipos de problemas que se colocam ao tradutor português de Platão, no que respeita a ambiguidades, e que lhe dificultam a tarefa, pois se traduzir é «dizer quase a mesma coisa»1, não é, efectivamente, a mesma coisa: «quase» faz toda a diferença. O primeiro problema que analisaremos é o levantado pelo verbo eimi, um dos mais complexos verbos da língua grega2. Na realidade, um filólogo não fica embaraçado perante einai, que pode traduzir, consoante os contextos, por ser, estar ou existir, obtendo, deste modo, uma frase inteligível e facilmente compreendida na nossa língua. Apenas não daria conta das ambiguidades que o verbo tinha para quem o ouvia e para quem o usava no séc. V a.C. O segundo problema resulta do facto de, em Grego, a função das palavras nas frases ser determinada pelo caso e não pelo lugar que nelas ocupam, tornando, assim,algumas anfibologias difíceis de transpor.
  • PLATÃO, Teeteto, (versão do grego de Adriana Nogueira e Marcelo Boeri)
    Publication . Nogueira, Adriana; Boeri, Marcelo
    Nesta obra de Platão, a estrutura do diálogo parece comparativamente simples. Após uma dupla introdução dramática, a segunda das quais gradualmente vai assumindo uma função metodológica, Sócrates lança a pergunta – “O que é o saber?” -, que comandará todo o diálogo. É a ela que Teeteto apresenta as três respostas que constituem o diálogo, cada uma das quais, pela sua autonomia, serve de baliza à argumentação. […] O argumento do diálogo é animado por uma intenção, expressa no plano dramático: a de recordar a personalidade de Teeteto, relatando um episódio da sua educação filosófica (144d-151e). Esta intenção explica alguns excessos erísticos da argumentação de Sócrates, bem como as frequentes digressões, particularmente no curso da refutação de Protágoras. Mas deixa-se progressivamente atenuar, ao longo das refutações da segunda e terceira respostas de Teeteto, devido à especiosa dificuldade de muitos dos problemas levantados pela argumentação de Sócrates. Este facto indicia uma gradual transformação na abordagem da questão do saber. Podemos considerar o exame da primeira resposta meramente introdutório e constitutivo do problema, refutando Teeteto, a partir da crítica das sucessivas versões apresentadas da ontoepistemologia, atribuída a Heraclito e Protágoras. Tudo muda, porém, após a refutação desta resposta, emergindo o saber como problema autónomo. O exame da segunda resposta dá origem à constituição da cognição, como atividade unificada à emergência do “problema do conhecimento”, poderemos dizer. É desta que parte o exame da terceira resposta, o qual, aceitando os resultados da análise precedente, se confronta com uma nova dificuldade: a da possibilidade e meio de atingir o saber. Esta perspetiva contribui para colocar o problema da integração do diálogo no Corpus em termos muito diferentes dos habituais. (Da introdução de J. Trindade Santos)
  • PLATÃO, Eutidemo, (tradução do grego, introdução e notas de Adriana Manuela de Mendonça Freire Nogueira)
    Publication . Nogueira, Adriana
    Este diálogo é classificado como erístico ou refutativo. Nele, a lógica dos Sofistas é ridicularizada, sendo Sócrates (e outros interlocutores) enredado nas suas divertidas argumentações falaciosas. O diálogo começa com Sócrates a contar ao seu amigo Críton a demonstração que os irmãos Eutidemo e Dionisodoro fizeram da arte sofística. No final, Sócrates distingue Sofística de Filosofia e Logografia, e aconselhando o amigo, que quer educar os filhos da melhor maneira: «Manda passear os que se ocupam da filosofia, quer sejam bons ou maus, e põe à prova a questão em si, da melhor maneira. Se nessa altura achares que ela não presta, dissuade toda a gente de a praticar, não apenas os teus filhos. Se pelo contrário te parecer que ela é como eu próprio penso, põe-te rapidamente no seu encalço com confiança e pratica-a, como diz o ditado, “tu próprio os teus filhos”.»