PMT-N04
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- Porque é que foi “portuguesa” a expansão portuguesa? Ou o revisionismo nos trópicosPublication . Hespanha, António ManuelDepois das grandes sínteses interpretativas dos anos 40, 50 e 60, é preciso, de facto, voltar a ver as coisas em ponto grande, integrando as contínuas contribuições sectoriais que as historiografias de vários países têm vindo a trazer nos últimos anos sobre o colonialismo português. Na verdade, a consciência cada vez mais forte de que os processos históricos em curso no vasto mundo dominado por Portugal durante os séculos XVI a XVIII apresentaram perfis inevitavelmente muito diferentes entre si não constitui uma resposta adequada à questão da definição estrutural do processo histórico da “expansão portuguesa”. Pelo contrário, estes resultados dispersos e contraditórios – frequentemente conduzidos segundo os padrões típicos da micro-história – põem, ainda com mais ênfase, a questão de evitar o mapa 1:1 e de esboçar, com as cautelas devidas, alguma generalização2 de saber porque é que foi “portuguesa” a expansão portuguesa; ou seja, a questão da sua unidade como objecto historiográfico.
- O direito de padroado na Lisboa medievalPublication . Farelo, MárioO presente trabalho1 pretende interpretar para um espaço definido – as igrejas paroquiais da cidade de Lisboa2 – a cronologia e a autoria das transferências de um conjunto de regalia que uma corrente historiográfica bastante fecunda, devida a Miguel de Oliveira, Avelino Jesus da Costa, Gama Barros ou Fortunato de Almeida3, procurou conhecer nas suas origens, justificações e tipologia. Neste sentido, o direito de padroado surge hoje perfeitamente estabelecido na sua definição, consistindo em um agregado de regalias (padroádigo) auferidas pelo fundador de uma igreja ou de um mosteiro. Esse conjunto de regalias incluía um direito de apresentação, isto é, o indigitamento de uma pessoa idónea para um benefício eclesiástico quando o mesmo entrasse em vacatura (ius presentandi). Este direito foi aliás o mais importante no conjunto destas prerrogativas, a julgar pelo facto de ter sido o único sujeito a confirmação episcopal e aquele que mais traços deixou na documentação. Complementarmente, o direito de padroado congregava uma amálgama de iura fruendi compostos pelo direito de aposentadoria (pousadia), de alimentação (comedoria, comedura, colheita, jantar), de ajuda financeira no caso de casamento de progenitura feminina (casamento) e do acesso ao estatuto de cavaleiro da masculina (cavalaria), bem como de auxílio em caso de resgate de cativeiro.
- O registo das antiguidades lusitânicas do sul no legado documental de D. Manuel do CenáculoPublication . Patrocínio, Manuel F. S.Do espólio documental e epistolar que pertenceu a D. Frei Manuel do Cenáculo Villas-Boas (1724-1814), notável figura da Igreja, mas também estudioso e promotor de acções que envolveram primeiras acções em prol do património, contam-se missivas como a que, em 1792, dirige ao Visconde da Lourinhã, à data Governador da província do Alentejo. Dava aí nomeadamente registo de questões relativas aos restos monumentais de Beja, cidade de que era então Bispo, chamando a atenção para a necessidade de arranjo e conservação das velhas muralhas. Tardava uma necessária reparação pois tinham- -se mantido fortes estragos de uma intempérie ocorrida havia trinta anos, observando-se igualmente que as mesmas muralhas continuavam a servir de pedreira, com a complacência dos Vereadores.
- A paleoecologia humana da Lapa do PicareiroPublication . Bicho, Nuno Gonçalo Viana Pereira Ferreira; Haws, Jonathan; Hockett, BryanA Lapa do Picareiro localiza-se na Serra d’Aire, a cerca de 10 km a Sul de Fátima. A povoação mais próxima é Covão do Coelho, que se encontra a menos de 2 km de distância e é perfeitamente visível da cavidade. Esta encontra-se a 540 metros de altitude estando virada a poente. A cavidade, em forma triangular, tem cerca de 10 metros de profundidade e 8 metros de largura, sendo a entrada marcada pela presença de um cone importante composto por grandes blocos de calcário que ajudam a marcar a drip line, que forma um corredor com entre 3 a 5 metros entre aquele e a entrada da gruta que se estende por cerca de 5 metros de largura com 1,2 de altura (Bicho et al., 2003). Os trabalhos recentes realizados na gruta tiveram lugar entre 1994, ano em que se procedeu à limpeza de um antigo corte resultante dos trabalhos de Gustavo Marques e Gil Miguéis de Andrade nos anos 50 (Marques e Andrade, 1974) e 2001. Durante este período de 8 anos procederam-se a trabalhos de escavação em área, atingindo os 37 metros quadrados e cerca de 4,5 metros de profundidade.
- O peristilo da villa romana de Milreu: novas interpretaçõesPublication . Bernardes, João PedroNo âmbito do programa de valorização das ruínas romanas de Milreu, promovida pela delegação regional de Faro do IPPAR, foi reescavada parte da ala sul do peristilo daquela villa romana, a fim de se tentar esclarecer algumas problemáticas relacionadas com a interpretação deste espaço. Esta área, escavada sucessivamente desde Estácio da Veiga, colocava alguns problemas interpretativos que obstaculizavam a execução de um projecto de valorização para esta parte nuclear da villa, uma vez que não era claro qual teria sido o seu aspecto na última fase de construção, durante o século IV, fase essa que, por ser a que melhor está retratada no conjunto das ruínas, seria a que enquadrava as intervenções de valorização. A campanha de escavação, que decorreu de 27 de Junho a 22 de Julho de 2005, foi orientada pelo autor destas linhas que contou com a participação de cerca de 20 alunos do curso de Património Cultural da Universidade do Algarve, com a colaboração pontual de 4 técnicos de arqueologia a estagiarem no IPPAR e um topógrafo do mesmo Instituto.
- Para a história das mulheres na pré-história: em torno de alguns atributos do discursoPublication . Diniz, MarianaOs estudos sobre o papel e o lugar das mulheres na Pré-História1, como ramo da gender archaeology, constituem, na essência, um fenómeno da pós-modernidade2 e pretendem, ao re-escrever a história a partir de outro ângulo, ou mais especificamente de outro género, incluir novas alíneas na agenda, construir outros passados e dar voz a grupos, ou sub-grupos, não contemplados no discurso historiográfico oficial. A arqueologia do género emerge, portanto, como uma fórmula de denuncia do androcentrismo e dos “gender bias” que dominam a escrita sobre o Passado, proclama a necessidade de criar outros textos à luz de novos paradigmas, e procura identificar, e ultrapassar, os recorrentes preconceitos que organizam a produção do saber, no Ocidente contemporâneo.
- Rocha das Gaivotas e Vale Boi: os restos vegetais carbonizados, vestígios da vegetação meso-neolíticaPublication . Figueiral, Isabel; Carvalho, António FaustinoO projecto de investigação “O processo de neolitização no Algarve” decorreu entre 2002 e 20051, tendo tido como objectivo principal o estudo da emergência e desenvolvimento do Neolítico naquela região durante o VI e o V milénios a.C., ou seja, durante a fase mais antiga deste período. No sentido deste objectivo, foram programados trabalhos de prospecção direccionada em áreas definidas do Algarve (principalmente no troço a Sul da Serra de Monchique compreendido entre a Costa Vicentina e o vale do Rio Arade) e de escavação em sítios arqueológicos seleccionados pela sua potencial importância para o estudo daquele processo.
- Literatura e Cultura no Gharb al-Andalus, Lisboa, IICT / Ed. Hugin, 2005, 260 páginasPublication . Rei, AntónioSão as Actas do III Simpósio Internacional realizado em 2000, durante a vigência do Projecto PRAXIS “O Sudoeste Peninsular na época árabo-islâmica: estudo e tradução de fontes e literatura”, projecto que funcionou entre 1998 e 2000. Tudo isto no-lo diz a Nota Prévia à edição (pp. 7-8). A edição foi feita conjuntamente pelo Instituto de Investigação Científica Tropical (IICT) e pela Editorial Hugin, ambas as entidades sedeadas em Lisboa, e coube a responsabilidade científica da mesma edição aos Doutores Bruna Soravia e Adel Sidarus, dois investigadores que trabalham na área dos estudos árabo-islâmicos, a primeira maioritariamente em Itália, e o Prof. Sidarus que a eles se dedica, em Portugal, há mais de três décadas.
- O retábulo em Portugal: o Tardobarroco e o Rococó (c. 1746 – c. 1787)Publication . Lameira, FranciscoO presente texto surge na continuidade dos anteriores, publicados nos três primeiros números da Promontoria. Revista do Departamento de História, Arqueologia e Património da Universidade do Algarve, respectivamente dedicados ao Protobarroco1, ao Barroco Pleno2 e ao Barroco Final3. O período abordado neste estudo surge, a nosso ver, como a derradeira etapa de um longo ciclo que oscilou entre duas opções estéticas diferentes. Por um lado, uma linguagem mais próxima do formulário erudito italiano, nomeadamente de origem romana, e que recorria a materiais pétreos ou então à madeira fingindo pedraria. Por outro, o uso de soluções mais adaptadas à sensibilidade portuguesa e que preferiam a madeira entalhada e dourada. Se neste longo conflito estético sempre predominou em Portugal a tendência castiça, como vimos nas três fases do barroco, a partir da década de 1740 assiste-se à intensificação deste confronto, que culminará nos finais de setecentos com o declínio da secular tradição da arte da talha.
- Los microdesechos líticos del Auriñaciense y Auriñaciense de Transición de la cueva de El Castillo (Puente Viesgo, Cantabria)Publication . Mingo Álvarez, Alberto; Barba Rey, JesúsLa cueva de El Castillo se localiza en Puente Viesgo (Cantabria, España), a 30 kilómetros al sur de Santander (Figura 1), en un monte calcáreo de origen Namuriense (Carbonífero Superior) llamado del Castillo. El yacimiento se sitúa en el área externa de una amplia red de complejos cársticos, correspondiendo con una amplia sala cortada en su extremo por la evolución de la vertiente, dando lugar a una gran cavidad con un vestíbulo de sección pseudo rómbica (Cabrera Valdés et al. , 1993). Se han analizado en este trabajo los microdesechos líticos de los niveles 16 (Auriñaciense), 18b, 18c y 19 Superior (Auriñaciense de Transición) del yacimiento arqueológico Cueva de El Castillo.