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  • Racism in Portugal; the recent research
    Publication . Marques, João Filipe
    In spite of the theoretical and empirical diversity we can find some common features in the results of the investigations on racism in Portugal. Firstly, all investigations have in common the fact that they have made clear that the «myth» of the Portuguese «non racism», so widespread among the population is nothing but a myth – there is racism in Portugal. But this national myth became a sort of «self fulfilling prophecy» since, apparently, it has prevented the entry of racism into the political arena. Secondly, another common conclusion of the investigations on racism is that there is no connection between racism, nationalism, national identity issues and immigration. Immigrants are not seen as a threat to the national identity or to the Portuguese culture, and there are no political or common sense discourses on the theme of «invasion». On the other hand, all the studies are unanimous underlining that there really exists a «gypsy issue» in the contemporary Portugal. Indeed, even the investigations that have other groups as a subject of study, conclude that the main victims of racism are the small communities of Portuguese gypsies and that they are probably victims of a racism more intense than the one that affects other groups. This communication aims to do a first evaluation of the results of the research about racism in Portugal in order to guide both the future in-depth studies on the subject and the policies to fight these phenomena.
  • Racismo na sociedade portuguesa contemporânea: «flagrante» ou «subtil»?
    Publication . Marques, João Filipe
    Nos últimos trinta anos, a sociedade portuguesa sofreu profundas transformações. Entre muitas outras, destaca-se o facto de se ter tornado na sociedade de acolhimento para muitos imigrantes que transportam consigo as suas características culturais e identitárias, bem como os seus traços fenotípicos. Nas relações entre os portugueses e as colectividades históricas presentes no território, o racismo nem sempre está ausente. Esta comunicação procura precisamente fornecer algumas pistas para a compreensão dos fenómenos de carácter racista que são actualmente observáveis na sociedade portuguesa. A metodologia desta pesquisa utilizou as entrevistas não-directivas ou semi-directivas aos actores sociais que, duma forma ou de outra estavam mais próximos do racismo “vivido” em Portugal. As conclusões que aqui são apresentadas resultam portanto da análise de um conjunto de entrevistas feitas a dirigentes das principais associações de imigrantes, das associações ciganas, das ONGs de combate ao racismo e de defesa dos direitos humanos, aos representantes das principais uniões sindicais, aos responsáveis políticos pela integração dos imigrantes e das minorias étnicas e a cidadãos anónimos nacionais e estrangeiros. Uma das mais importantes pesquisas empíricas inteiramente consagradas ao racismo na sociedade portuguesa contemporânea teve como quadro teórico de base o modelo psicosociológico de Petigrew e Meertens que introduz a distinção entre “racismo flagrante” e “racismo subtil”. Trata-se da investigação levada a cabo por Jorge Vala e pelos seus colaboradores.[2] O modelo utilizado pela pesquisa mencionada parte da hipótese segundo a qual o pensamento do senso comum teria acompanhado as mutações observadas nos domínios científico e político e teria substituído as explicações biológicas do comportamento pelas explicações culturais. Uma das expressões desses “novo racismo” seria precisamente o deslocamento do tema das hierarquias raciais para o tema da absolutização das diferenças culturais, aparecendo este último sob a forma “velada” ou “subtil”. Segundo as conclusões da investigação referida, os preconceitos racistas dos “portugueses relativamente aos negros” obedecem aos mesmos esquemas encontrados noutras sociedades “formalmente anti-racistas”. Isto é, a forma mais explicita e biologizante do racismo, o “racismo flagrante” teria sido substituída, em Portugal, por um “racismo subtil”, mais normativo e de contornos culturalistas. Ora a pesquisa que aqui apresentamos obriga-nos a relativizar o alcance destes enunciados, ao demonstrar que há muito pouco de “subtil” em muitas manifestações de racismo que são observáveis na sociedade portuguesa. A própria insistência científica no paradigma do “racismo subtil” tem como “efeito perverso” a ocultação das manifestações mais “flagrantes” do fenómeno. O sociólogo pode com toda a legitimidade interrogar-se sobre o sentido da evacuação das características societais e históricas na produção e reprodução dos preconceitos raciais e do racismo. Não se trata de afirmar que as atitudes de racismo subtil, tal como elas são medidas pelos psicólogos sociais, não existam, trata-se de defender que estas não substituíram completamente os comportamentos de “racismo flagrante”. Por um lado, os ciganos são actualmente alvos de um racismo “flagrante” de características “diferencialistas” que se concretiza na sua violenta rejeição e afastamento. São a segregação e o desejo de expulsão desta comunidade que são preponderantes. Por outro lado, os imigrantes e os seus descendentes são sobretudo alvo de um racismo “desigualitário”, claramente urbano, mas em todo caso subsidiário dos preconceitos biologizantes herdados do passado colonial. Neste caso, são a inferiorização e a discriminação em múltiplos domínios da vida social, eventualmente também a violência verbal, que constituem as principais manifestações desta forma de racismo
  • Racistas são os outros! Reflexões sobre as origens do mito do «não racismo» dos portugueses
    Publication . Marques, João Filipe
    De onde vem a ideia tão difundida e tão resistente do «não racismo» dos portugueses? Poderá ela desempenhar o papel de uma «profecia criadora», imunizando, de algum modo, os portugueses relativamente às formas mais virulentas e violentas de racismo? Para responder a estas questões é necessário interrogar a história recente do país, nomeadamente, uma parte da sua história colonial. É na sequência dos múltiplos ataques internacionais à situação colonial que, durante os anos cinquenta e sessenta do Século XX, a doutrina lusotropicalista de Gilberto Freyre vai ser politicamente apropriada pelo Estado Novo. Tornou-se necessário, naquela época, convencer o mundo e os portugueses da ausência de racismo na «essência» do ser português, bem como da «harmonia» racial vivida nas colónias. O «não-racismo» dos portugueses tornou-se não apenas uma característica da ideologia do Estado como assumiu dimensões míticas. Transformou-se num mito fundador, numa cosmogonia da expansão portuguesa no mundo. O mito nacional do «não-racismo», tendo sido historicamente construído pelas elites políticas com finalidades muito pragmáticas constitui hoje uma autêntica «hipocrisia criadora» que contribuiu para modelar o racismo contemporâneo dos portugueses. Através de uma espécie de «efeito perverso», tendo querido justificar e prolongar a situação colonial (logo, uma forma de racismo), o Estado Novo inoculou nos portugueses através da escola e dos aparelhos estatais, uma espécie de vacina que, por um lado, tem contido as manifestações mais virulentas do racismo diferencialista contra as populações de origem africana e, por outro lado, tem impedido, em Portugal, a passagem do racismo para o campo do político.
  • Les "logiques" du racisme dans la société portugaise contemporaine
    Publication . Marques, João Filipe
    Le Portugal ne semble pas être une exception en matiére d'attitudes et de comportements racistes, observables dans la plupart des pays d'Europe.
  • Los gitanos portugueses; marginalidad histórica e segregación contemporánea
    Publication . Marques, João Filipe
    La primera referencia histórica de la presencia de gitano sen Portugal es, curiosamente, una obra de teatro del siglo XVI: la Farsa das Ciganas de Gil Vicente.
  • Men's learning in Portugal
    Publication . Almeida, António Fragoso de; Marques, João Filipe; Lança, Milene; Golding, Barry; Mark, Rob; Foley, Annette
    In the last three decades, rapid changes in Portuguese society have affected almost all dimensions of life in Portugal. The Portuguese population recognises a mix of traditional and modern in their normative cultural and social systems, which both operate simultaneously. Medeiros (1988) arguest that there are no solutions of continuity between these normative systems, indicative of hybridisations that potentially lead to tensions. This hybrid mix includes Portuguese approaches to gender and masculinities. In this chapter, we examine different theoretical positions on gender, masculinities and men's learning in contemporary Portuguese society, informed by a European learning partnership study of men learning in the community. We include some initial results of the Portuguese strand of this study, including some provisional conclusions which guide our ongoing research based around a case study of men involved in a Portuguese fishing club. Portugal is a society in transition, where gender roles are currently being redefined. As this process unfolds, we conclude from our research that some men seek out space in which to learn from each other, whether informally or through self-directed learning.
  • Os dois racismos dos portugueses
    Publication . Marques, João Filipe
    Portugal - independentemente daquilo que pensam os portugueses - não constitui uma excepção no que diz respeito às atitudes e comportamentos racistas que se verificam noutros países da Europa. Há um conjunto de questões em torno deste problema que merecem ser formuladas : a que "lógicas" obedece o racismo na sociedade portuguesa? Quais são as suas fontes actuais e históricas? Quais são as transformações sociais que favorecem a emergência deste tipo de atitudes e comportamentos? As principais vítimas do racismo em Portugal são, inegavelmente, os imigrantes de origem africana e os seus descendentes e as pequenas comunidades ciganas. Mas estas duas colectividades não são vítimas do mesmo tipo de racismo. A abordagem tipológica utilizada na pesquisa que é apresentada neste artigo pode, efectivamente, distinguir os dois tipos ideais de racismo que existem na sociedade portuguesa. O racismo que vitima os imigrantes e os seus descendentes obedece claramente à lógica «desigualitária» cujas fontes podem ser encontradas no passado colonial do país e nas ideologias e preconceitos herdados desse mesmo passado. Os imigrantes e os seus descendentes possuem efectivamente um lugar na sociedade; não são excluídos da esfera produtiva ou da vida económica mas são sistematicamente inferiorizados e relegados para situações de invisibilidade social. No que diz respeito aos ciganos a situação é completamente diferente. Eles são actualmente vítimas de uma lógica de racização «diferencialista» ou de «exclusão». Não lhes é concedido nenhum lugar na sociedade, nenhuma função económica, nenhum espaço de interacção. Quer ao nível das práticas quotidianas, quer ao nível dos acontecimentos excepcionais e violentos com carácter racista, a colectividade cigana é percebida enquanto incompatível, inassimilável e indesejável à sociedade portuguesa. As fontes desta rejeição diferencialista parecem poder ser encontradas, simultaneamente, na dissolução dos modos de vida típicos desta colectividade e nas transformações recentemente sofridas pela sociedade portuguesa.
  • Je ne suis pas raciste mais... du «non racisme» portugais aux deux racismes des Portugais
    Publication . Marques, João Filipe; Schnapper, Dominique
    Le Portugal - quoi qu’en pensent les Portugais eux-mêmes - ne semble pas être une exception dans le cadre des attitudes et comportements racistes en Europe. Un ensemble de questions mérite alors d'être posé à ce propos : comment se manifeste le racisme dans le Portugal contemporain et à quelles «logiques» obéit-il ? Quelles sont ses sources actuelles et historiques ? Les principales victimes du racisme des Portugais sont indéniablement les immigrés d’origine africaine et leurs descendants et les petites communautés de Tsiganes. Mais ces deux collectivités ne sont pas victimes du même type de racisme. La démarche typologique utilisée dans la recherche qu’on présente dans cette thèse a, en fait, pu dégager les deux types idéaux de racisme existants dans la société portugaise. Le racisme à l’égard des immigrés et de leurs descendants obéit nettement à la logique de racisation « inégalitaire » dont les sources se trouvent dans le passé colonial du pays et dans les idéologies et préjugés hérités de ce même passé. Les immigrés et leurs descendants ont effectivement une place dans la société ; ils ne sont pas exclus de la sphère de la production ou de la vie économique mais ils sont méprisés et relégués à des situations d’invisibilité sociale. En ce qui concerne les Tsiganes, la situation est très différente. Ils sont actuellement victimes d’un racisme qui relève nettement de la logique « différentialiste » ou d’ « exclusion ». Il ne leur est pas concédé aucune place dans la société, aucune fonction économique, aucun espace d’interaction. Que se soit au niveau des pratiques quotidiennes ou au niveau des événements exceptionnels et violents à caractère raciste, la collectivité Tsigane est actuellement perçue en tant qu’incompatible, inassimilable et indésirable à la société environnante. Les sources de ce rejet différentialiste semblent pouvoir être trouvées à la fois dans la dissolution des modes de vie typiques de cette collectivité et dans les concomitants changements subis par la société portugaise.
  • Do «não racismo» português aos dois racismos dos portugueses
    Publication . Marques, João Filipe
    Portugal - independentemente daquilo que pensam os portugueses - não constitui uma excepção no que diz respeito às atitudes e comportamentos racistas que se verificam noutros países da Europa. Há um conjunto de questões em torno deste problema que merecem ser formuladas: a que "lógicas" obedece o racismo na sociedade portuguesa? Quais são as suas fontes actuais e históricas? Quais são as transformações sociais que favorecem a emergência deste tipo de atitudes e comportamentos? As principais vítimas do racismo em Portugal são, inegavelmente, os imigrantes de origem africana e os seus descendentes e as pequenas comunidades ciganas. Mas estas duas colectividades não são vítimas do mesmo tipo de racismo. A abordagem tipológica utilizada na pesquisa que é apresentada neste tese pode, efectivamente, distinguir os dois tipos ideais de racismo que existem na sociedade portuguesa. O racismo que vitima os imigrantes e os seus descendentes obedece claramente à lógica «desigualitária» cujas fontes podem ser encontradas no passado colonial do país e nas ideologias e preconceitos herdados desse mesmo passado. Os imigrantes e os seus descendentes possuem efectivamente um lugar na sociedade; não são excluídos da esfera produtiva ou da vida económica mas são sistematicamente inferiorizados e relegados para situações de invisibilidade social. No que diz respeito aos ciganos a situação é completamente diferente. Eles são actualmente vítimas de uma lógica de racização «diferencialista» ou de «exclusão». Não lhes é concedido nenhum lugar na sociedade, nenhuma função económica, nenhum espaço de interacção. Quer ao nível das práticas quotidianas, quer ao nível dos acontecimentos excepcionais e violentos com carácter racista, a colectividade cigana é percebida enquanto incompatível, inassimilável e indesejável à sociedade portuguesa. As fontes desta rejeição diferencialista parecem poder ser encontradas, simultaneamente, na dissolução dos modos de vida típicos desta colectividade e nas transformações recentemente sofridas pela sociedade portuguesa.
  • Portugal: Vers une société d'immigration
    Publication . Marques, João Filipe
    Lors des deux derniéres décennies, l'intensification de la mondialiste économique a conduit à une restructuration de l'industrie, à la relocalisation des sources de main-d'ouevre, aux changements des flux de capitaux et à de nouvelles formes de compétition internationale.