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- O monografismo algarvio - O pioneirismo de Ataíde OliveiraPublication . Mesquita, José Carlos VilhenaAnálise da notável obra de monografista do Algarve desenvolvida ao longo da vida do seu autor, o famoso presbítero e jurista, Francisco Xavier de Ataíde Oliveira. Neste artigo são revelados inúmeros pormenores da sua vida e obra, acentuando-se o facto de ter sido o mais notável e prolífero monografista português de todos os tempos. A região do Algarve deve-lhe a distinção de ter dado a conhecer ao país as volumosas monografias de Loulé, Olhão, e de várias outras localidades algarvias.
- A População em 1835 e 1843/48 na vila de LouléPublication . Mesquita, José Carlos VilhenaEste estudo integra-se no âmbito da Demografia Histórica, tendo como palco a população na vila de Loulé, Algarve. O espaço cronológico em que decorre a investigação incide em dois momentos fulcrais do oitocentismo português: o fim das Lutas Liberais e a reorganização do tecido social segundo a nova ordem política, tendo como data de apreciação o ano de 1835; e o período decorrente do governo "cabralista" de Costa Cabral que viria a suscitar a revolução da "Maria da Fonte" e a consequente guerra civil da "Patuleia", tendo como período de apreciação e análise crítica os anos de 1843 até 1848. Os aspectos sociológicos da urbe louletana, a sua distribuição socioeconómica, os novos elencos políticos, a produção industrial, o casco urbano, os índices de crescimento populacional, são, entre vários outros aspectos, o fulcro deste trabalho.
- A Pesca da baleia no AlgarvePublication . Mesquita, José Carlos VilhenaA pesca da baleia no litoral algarvio foi uma das primeiras actividades económicas da região, Integrava-se nas chamadas «pescarias históricas». A sua efectividade nos mares do Algarve ascende a tempos muito remotos. Desde as colonizações fenícias, cartaginesas, grega, romana e árabe, que existem provas arqueológicas, e até descrições narrativas, duma intensa actividade na captura de cetáceos para lá das portas de Hercules, ou seja, nas costas do Algarve-Andaluz.
- A Resistência Miguelista no Algarve – A Guerrilha do RemexidoPublication . Mesquita, José Carlos VilhenaArtigo científico, alicerçado em documentação inédita e credíveis fontes bibliográficas, sobre a acção político-militar de José Joaquim de Sousa Reis, vulgo o Remexido, famoso guerrilheiro que sustentou a causa miguelista até ao fim do período histórico conhecido por “Setembrimo”. O fenómeno histórico-lendário do Remexido vem na esteira do herói-popular que sustenta uma causa, empunha uma bandeira e morre de pé, fiel às suas convicções e ao seu idealismo político. Para os vencedores não passou de um rebelde miguelista que não aceitando a amnistia política da Convenção de Évora-Monte, se transformou num sanguinário guerrilheiro, que ameaçou a segurança dos habitantes do Algarve e a própria integridade nacional. A sua acção militar servia os interesses das guerrilhas carlistas espanholas, desejosas de concentrarem poderosas forças militares no Algarve e Andaluzia, para investirem contra o ateísmo liberal que se havia apoderado da Península Ibérica. O mito do Remexido terminaria a 2-8-1838, à frente de um pelotão de fuzilamento. Mas, ainda hoje, os algarvios veneram a sua memória como um herói e um ídolo popular. Qualquer que seja a opinião ou a perspectiva, com que se observe o fenómeno da luta de guerrilhas no Algarve, não se pode ficar indiferente, nem deixar de realçar, a carismática figura do Remexido. Foi, sem sombra de dúvidas, a pedra angular da contra-revolução miguelista nas províncias do Sul. E em toda a sua envolvência, popular, feroz, generosa ou sebastiânica, sobressai a personalidade de um homem de fortes convicções políticas, que se tornou no único mito que ainda hoje povoa o legendário das gentes algarvias.
- Sagres um lugar na história e no património universalPublication . Mesquita, José Carlos VilhenaA insignificante aldeia, que de Sagres usufrui o nome, despertou para a luz da ribalta histórica pela mão do Infante D. Henrique. À partida e no regresso da expedição a Ceuta se ficou a dever o seu primeiro contacto com o Algarve e no preço das surtidas pescarescas dos seus marinheiros, que arpoavam as baleias no mar alto e se defendiam bravamente dos corsários marroquinos, parece residir a sua escolha e o seu encanto por estas recônditas paragens. Concentrado no desafio dos mares e na expansão da Fé, o Infante lança ferro na baía de Lagos, o seu "grande porto de armamento". Daí até à fundação daquela que ficou conhecida como a "vila do Infante" será um pequeno passo no tempo.
- O Remechido, glória e morte de um mitoPublication . Mesquita, José Carlos VilhenaO fenómeno histórico-lendário do Remexido vem na esteira do herói-popular que sustenta uma causa, empunha uma bandeira e morre de pé, fiel às suas convicções e ao seu idealismo político. Para os vencedores não passou de um rebelde miguelista que não aceitando a amnistia política publicada após a Convenção de Évora-Monte, se havia transformado por sua livre vontade num bandoleiro, num assaltante de estradas, sanguinário e facínora, um perigoso guerrilheiro, sustentáculo de uma causa que punha em perigo a segurança dos habitantes do Algarve e a própria integridade nacional, já que o seu exemplo servia os interesses das guerrilhas carlistas espanholas, desejosas de concentrarem poderosas forças militares no Algarve e Andaluzia, para investirem contra o ateísmo liberal que se havia apoderado da Península Ibérica.
- A instauração do liberalismo em Portugal numa visão global socioeconómica: a participação do AlgarvePublication . Mesquita, José Carlos VilhenaO Algarve na primeira metade do século XIX era um território periférico e quase marginalizado. Mas nunca deixou de ser uma região geoestratégica (como o foi no tempo dos Descobrimentos) de fulcral importância no evoluir do processo histórico português. O Algarve, como espaço/região, e os algarvios como (re)agentes activos, foram, no seu conjunto, decisivos para o dirimir das lutas políticas e da consequente guerra civil, que implantou definitivamente o liberalismo em Portugal. No contexto nacional, o Algarve foi uma das regiões mais sacrificadas, tanto nos seus valores humanos como nos seus recursos económicos. Parece-nos indubitável o papel dos algarvios na construção do liberalismo português, sendo o posicionamento geográfico da sua costa atlântico-mediterrânica de capital importância para a eclosão da guerra-civil. Por outro lado, o Algarve tomara-se desde o início do século XIX, com as invasões napoleónicas, um dos pólos mais sensíveis do quadro revolucionário português. Todos os conflitos militares que projectaram alterações políticas passaram pelo Algarve. Daí que, do ponto de vista militar, adquirisse esta região o estatuto de eixo geopolítico sobre o qual giraria, praticamente, toda a primeira metade do Oitocentismo português.
- Economias dominantes e relações periféricas. A protoindustrialização do Algarve (1810-1852) – ideias síntesePublication . Mesquita, José Carlos VilhenaNa Europa da primeira metade do séc. XIX a industrialização traduzia-se em duas palavras: progresso e riqueza. O capitalismo, iniciado com a globalização mercantil, entrou numa nova fase, mais funcional e orgânica, estribada num forte investimento de capitais, no aumento da produção, na circulação de bens e mercadorias, no consumo e na popularização do crédito. A banca e as instituições financeiras tomaram-se no sector motor de uma grande revolução socioeconómica, numa evidente continuidade do processo de desenvolvimento e de incremento tecnológico iniciado na Grã-Bretanha havia mais de um seculo. A Inglaterra exercia no mundo ocidental um sistema de economia dominante, baseada nas relações de dependência dos mercados periféricos. O nosso país, desde o Tratado de Windsor firmado no séc. XIV, tomara-se numa espécie de paradigma dessas relações de subordinação político-económica. Nesse período, o Algarve era uma região periférica, espraiada sobre o litoral, com uma preocupante recessão populacional, e cujas actividades económicas se concentravam no sector primário. O desenvolvimento económico do Algarve estava absolutamente dependente dos desígnios da política central, cuja estratégia de investimento público estava orientada para Norte. A industrialização do país foi tardia, morosa e vacilante. E no Algarve não passou de uma quimera. Em boa verdade, o Algarve nunca foi (nem mesmo hoje) uma região industrializada, porque sempre careceu de capitais locais e de empresários nacionais, resolutos e intemeratos. A inebriante mentalidade de dependência periférica, tomou a indústria num sector de risco ao qual faltavam os principais adjuvantes, nomeadamente as vias de comunicação, os transportes rápidos e seguros, a privilegiada desalfandegação das matérias-primas importadas, os recursos humanos experimentados, a instrução mínima do operariado, e uma politica fiscal de apoio ao investimento nas industrias de transformação das potencialidades naturais da região. O pouco que havia eram simples unidades de produção manufactureiro, viradas para as necessidades do mercado local e sem objectivos de produção em serie para a exportação.
- Biblioteca Municipal de Faro: uma riqueza à espera do futuroPublication . Mesquita, José Carlos VilhenaA Biblioteca Municipal de Faro possui um espólio superior a 17000 volumes, percorrendo um trajeto ideográfico que vai da Teologia às Ciências Socais, passando pelas Ciências Puras e Aplicadas. De um modo geral, a sua riqueza bibliográfica situa-se ao nível das designadas ciências sociais e humanas, pelo que constitui um local privilegiado de trabalho para os estudantes da Universidade do Algarve. Entre as raridades bibliográficas contam-se seis incunábulos, acrescido de um microfilme do Pentateuco e da fotocópia do Tratado do Divórcio, obras essas que foram no século XV impressas em Faro, na oficina do mestre Samuel Gacon. Possui ainda 88 volumes do século XVI, 194 obras do séc. XVII, abarcando um vasto leque de assuntos, e ao século XVIII pertencem 276 volumes, autênticas preciosidades, que bem mereciam encontrar-se em melhor estado de conservação.
- Tavira, o Marquês de Pombal e a fábrica de tapeçariasPublication . Mesquita, José Carlos VilhenaA acção política do marquês de Pombal na 2ª metade do séc. XVIII teve como objectivo a centralização do poder no Estado-Pessoa. Porém, quase em simultâneo, desenvolveu iniciativas de fomento económico que, em grande parte, contribuíram para um vasto programa de reformas, quer na organização da administração pública, quer no ordenamento social, introduzindo ideias e projectos que se assemelham, em certa medida, à revolução iluminista. O fomento do sector industrial foi um dos sectores de maior sucesso e grande dinamismo económico durante o seu consulado. A cidade de Tavira foi contemplada com o apoio à instalação de uma unidade fabril dedicada à produção de tapeçarias. Razões de vária ordem, nomeadamente o afastamento do Marquês do poder, contribuíram para o insucesso mercantil e encerramento desta unidade industrial, única em toda a História do Algarve.