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Company resilience in the european tourism industry: Evidence from the covid-19 pandemic

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Abstract(s)

What influences the ability of tourism companies to withstand and recover from disruptive events like pandemics or wars? How can these businesses strengthen their resilience? Why do some profitable companies collapse while others thrive in the face of adversity? The resilience of tourism firms to disruptive events is a critical but underexplored topic. This thesis addresses these critical questions by examining the determinants of company resilience, its dynamic mechanisms across resistance and recovery phases, and the distinct resilience drivers of profit-making and loss-making firms. Through a systematic literature review and the application of a proposed resilience index, our research provides a unified framework for future research, advancing theoretical understanding of company resilience in the tourism industry and providing insights for managers and policymakers in this sector. Findings from our review highlight the dynamic, idiosyncratic, interdisciplinary and context-dependent nature of resilience, with clear evidence that human capital plays a pivotal role in the tourism industry’s ability to remain resilient. Furthermore, the empirical studies identify the factors driving the resilience of these firms to COVID-19, suggesting that their effects differ across countries, resilience stages, and types of firms. The results further underscore the potential consequences of Eurozone membership in the resilience of tourism firms, providing valuable insights into future preparedness strategies and policies. Moreover, the results contribute to the resource-based view and dynamic capabilities perspective by demonstrating the impact of firm-level resources across crisis phases. Together, these studies provide a comprehensive understanding of the resilience mechanisms of tourism firms, expanding the current understanding of how these firms can enhance their resilience, bridging theory and practice. Finally, this thesis provides actionable insights for academics, policymakers, and managers, discussing theoretical and practical implications, as well as future research directions, ultimately contributing to build a more sustainable and enduring tourism industry.
O conceito de resiliência empresarial é de crucial importância para compreender como as empresas reagem e resistem a eventos disruptivos, particularmente numa era de crescente incerteza global, marcada por tensões geopolíticas, inflação e instabilidade financeira (International Monetary Fund, 2023). Tais crises dão origem a custos económicos e sociais significativos, o que insta a que compreendamos como melhorar a resiliência destas empresas, de modo a reduzir esses custos e prepará-las para futuras disrupções (Bertschek et al., 2019). Este tema assume particular interesse na sequência de eventos altamente disruptivos para a economia mundial, como foi o caso da pandemia de COVID-19. Investigar este tópico no setor do turismo revela-se crucial por vários motivos. Em primeiro lugar, esta indústria é responsável por uma percentagem considerável do PIB e nível de emprego mundial (World Travel & Tourism Council, 2024). Em segundo lugar, o turismo é uma indústria particularmente vulnerável a eventos disruptivos (Chowdhury et al., 2019; Espiner & Becken, 2014; Prayag et al., 2020), o que reforça a necessidade de aumentar a resiliência das empresas deste setor. A recente pandemia ilustrou vividamente essa vulnerabilidade, causando reduções severas nos fluxos internacionais e no PIB do setor (World Tourism Organization, 2021). A recuperação tem sido mais lenta do que seria expectável. De facto, apenas quatro anos após o início da pandemia é que os níveis de turismo foram totalmente recuperados (UNWTO, 2024b, 2025). Estes desafios reafirmam a importância de identificar e compreender os processos e fatores que contribuem para a resiliência neste setor. A estes desafios, acresce que o setor do turismo foi gravemente afetado em surtos anteriores de síndrome respiratória aguda grave (SARS), enquanto outros setores foram significativamente menos afetados (M.-H. Chen et al., 2007; Zeng et al., 2005). Alguns estudos demonstram que várias empresas do setor do turismo possuem níveis de resiliência insuficientes (Wieczorek-Kosmala, 2022), e que se consideram menos resilientes do que empresas de outros setores (Ntounis et al., 2022). Por fim, alguns estudos revelam também que as empresas de turismo reagem de forma diferente aos mesmos eventos disruptivos. Isto é evidenciado, por exemplo, no estudo do setor de alojamento de Pongtanalert e Assarut (2022), que detalha os diferentes mecanismos usados por pequenas empresas para sobreviver ao impacto da pandemia. Estando particularmente dependente da mobilidade (Archanskaia et al., 2023), este setor é bastante suscetível a choques externos que afetem severamente a continuidade das suas operações (Bharwani & Mathews, 2012; Dimitrić et al., 2019; Dogru et al., 2023; Vivel-Búa et al., 2019). Além disso, as medidas de resposta à pandemia, como as medidas de confinamento, distanciamento social e restrições de mobilidade, impactaram significativamente o desempenho das empresas deste setor (S. Lee et al., 2024), motivo pelo qual este trabalho de investigação se debruça especificamente sobre este subsetor. Contudo, importa frisar que a resiliência empresarial está muito para além de uma tendência recente: trata-se de um tópico de investigação intemporal e indispensável. A teoria demonstra que desenvolver resiliência é vital não apenas para a sobrevivência das empresas, mas também para a criação e manutenção de vantagens competitivas (Vogus & Sutcliffe, 2007). Esta conclusão reforça a necessidade de implementar estratégias de desenvolvimento da resiliência empresarial mesmo em períodos de aparente estabilidade. Embora a resiliência no turismo continue pouco explorada, é cada vez mais reconhecida como um processo multidisciplinar e dinâmico (Amaral & Da Rocha, 2023; Brown et al., 2017; Hall et al., 2023; W. Liu et al., 2024; Wided, 2022). Os seus determinantes variam consoante o contexto, o tipo de disrupção e as características das empresas (Amaral & Da Rocha, 2023; Orchiston et al., 2016; Sobaih et al., 2021). Assim, as organizações adotam diferentes estratégias de resiliência ao longo de uma crise (A. V. Lee et al., 2013), consoante a sua capacidade de recolha de informação e adaptação vai evoluindo (S. X. Chen et al., 2022). Um estudo posterior conduzido por Amaral e Da Rocha (2023) ilustra bem o modo como as pequenas empresas familiares no setor do turismo recorrem a diversas estratégias, emoções e capacidades ao longo da progressão da pandemia. Coletivamente, estes estudos descrevem a resiliência como um processo dinâmico e idiossincrático, caracterizado por uma interação complexa de recursos, competências e estratégias que evoluem ao longo das diferentes fases da disrupção (Amaral & Da Rocha, 2023; Biggs et al., 2012, 2015; S. X. Chen et al., 2022; Hoang et al., 2021; Jawed et al., 2021; S. Lee et al., 2024; Usher et al., 2019). No entanto, apesar do crescente interesse no tema da resiliência empresarial, a literatura existente tende a privilegiar o estudo da resiliência regional em detrimento das dinâmicas empresariais, tratando frequentemente a resiliência como um atributo estático, em vez de um processo dinâmico e idiossincrático. Deste modo, esta tese procura colmatar estas lacunas, explorando os determinantes, os mecanismos e as implicações da resiliência empresarial em empresas do setor do turismo. Assim, os principais objetivos desta investigação são três. Primeiro, a atenção é direcionada para os determinantes da resiliência empresarial nas empresas do setor do turismo, com particular enfoque no papel crítico dos fatores ao nível da empresa. Segundo, é abordada a natureza dinâmica da resiliência, com modelos direcionados às suas fases principais: resistência e recuperação. Destaca-se particularmente a forma como as características de cada empresa influenciam a sua resiliência de forma distinta em cada uma destas fases. Por fim, esta tese explora em detalhe os fatores que influenciam a resiliência de empresas rentáveis e não rentáveis, identificando os mecanismos específicos que cada tipo de empresa pode utilizar a seu favor. Estes objetivos são repartidos por três artigos científicos distintos, mas interrelacionados, cada um contribuindo com perspetivas teóricas e práticas sobre a resiliência destas empresas. O primeiro artigo visa desenvolver um referencial teórico unificado para estudar a resiliência empresarial. Aplicando este quadro ao setor do turismo, o estudo procura identificar os determinantes da resiliência empresarial evidenciados na literatura, por forma a identificar que características influenciam a resiliência das empresas que operam neste setor. O segundo artigo explora a necessidade de métricas que possam ser utilizadas para medir a resiliência no setor do turismo, propondo uma adaptação de um índice de resiliência regional ao contexto empresarial. A aplicação desta métrica permite identificar, de modo empírico, os fatores que influenciaram a resiliência de empresas de alojamento à pandemia de COVID-19. Dada a perspetiva estática da maioria dos estudos existentes, o terceiro artigo desta tese explora a natureza dinâmica da resiliência e as idiossincrasias entre empresas rentáveis e não rentáveis. Para tal, índice de resiliência proposto no segundo artigo é decomposto em índices de resistência e recuperação. Através da aplicação destes índices, o artigo procura identificar os papéis distintos das características empresariais ao longo das duas fases da resiliência, com o objetivo de identificar se a rentabilidade impacta a resiliência das empresas no setor do turismo e se o seu papel é distinto nas duas fases da resiliência. Em conjunto, estes artigos oferecem uma perspetiva holística da resiliência no setor do turismo, colmatando importantes lacunas teóricas e práticas, com contribuições teóricas e práticas significativas. Ao identificar os fatores que impulsionam a resiliência, propor uma métrica de resiliência empresarial e explorar os mecanismos dinâmicos da resiliência, esta investigação abre caminho para um setor do turismo mais resiliente, capaz de enfrentar futuras disrupções e promover a sustentabilidade a longo prazo.

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Covid-19 Capacidades Dinâmicas Gestão de crises Recuperação Resiliência Turismo

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